Falta de alimentação leva mulheres do MTL a pedir esmolas

Uma semana após a ocupação do terreno destinado à construção de um conjunto habitacional do Programa de Arrendamento Residencial (PAR), executado em parceria com a Prefeitura de Maceió e a Caixa Econômica Federal, próximo à entrada do Complexo Benedito Bentes, os sem teto continuam reclamando da falta de alimentação, remédios e lonas para abrigar as cerca de 400 famílias oriundas de favelas e grotas da capital.

Segundo algumas acampadas a situação é tão crítica que existe um grupo saindo para pedir esmolas na ruas do bairro. A coordenadora do setor urbano do Movimento Terra Trabalho e Liberdade (MTL), Eliane Silva, afirma que até o presente momento, nenhuma das autoridades responsáveis esteve no local para tomar as devidas providências e acusa até a prefeitura comunitária do Benedito Bentes de omissão.

“Não recebemos apoio nem do prefeito comunitário do Benedito Bentes, que ao invés de nos apoiar para conseguirmos o terreno e alimentação saiu na imprensa tecendo críticas ao MTL”, reclama Eliane. “Ninguém quer saber, mas tem gente doente e faminta. Duas famílias em cada barraca, dividindo a mesma agonia e a prefeitura nem para lembrar que os moradores pertencem às grotas de Maceió e que estão buscando melhoria de vida”, completa.

Segundo Silvânio Barbosa, prefeito comunitário do complexo Benedito Bentes, apesar da área estar ligada ao governo, compete principalmente ao município de Maceió o auxílio e as providências quanto à situação das famílias. “O município deve se responsabilizar pelos problemas dessas famílias por que compete a ele gerir políticas públicas. Entretanto, não vamos admitir que o governo doe essas terras para a prefeitura construir casebres. O Benedito Bentes já chegou ao seu limite de pobreza, o povo merece mais”, ressalta Silvânio.

Barbosa diz ainda que estará encaminhando, nos próximos 15 dias, ofício ao Governo do Estado para que a área não seja doada ao município, caso o Governo não peça reintegração de posse. Ele afirma também que nos próximos 15 dias estará apresentando o problema ao Ministério Público Estadual, para que seja assinado um Termo de Ajuste de Conduta entre Secretaria Municipal de Habitação e Prefeitura Comunitária.

“É preciso que a prefeitura se prontifique a desenvolver, pelos menos nos próximos seis meses, melhorias nos transportes, moradia e projetos de geração de emprego e renda. Isso é o mínimo, já que querem mandar para lá a maioria das famílias pobres da capital – como se fosse a solução dos problemas – sem oferecer condições dignas de permanência”, diz.

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