O assunto é bomba; a precaução é se informar

Capitão MouraCaixa encontrada pelo vereador de Jaramataia

Caixa encontrada pelo vereador de Jaramataia

A junção de pólvora, fios e bateria pode ser fatal em uma explosão. No entanto, como a ocorrência de explosão de bombas é relativamente baixa em Alagoas, a população ainda é má informada e se arrisca em não acionar especialistas para cuidar do problema.

De acordo com o capitão Pedro Moura, que pertence ao Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e integra a Associação Internacional dos Técnicos e Investigadores de Bombas (IABTI) o que mais é prejudicial para quem encontra um artefato ou uma bomba, é ignorar ou negligenciar o impacto que a explosão pode gerar.

“O artefato pode ser pequeno e ser feito com materiais simples; mas poucas gramas de pólvora são suficientes para matar. Uma bomba pode ser acionada de várias formas, por isso, é preciso tratar toda ameaça como uma ameaça real”, explicou o capitão.

Em todo o mundo, a técnica de elaborar artefatos explosivos é crescente e, somente em Alagoas, foram registrados dois casos de repercussão no ano passado e ameaças a instituições de ensino recentemente.

Em 2005, os artefatos explosivos foram encontrados ativos, o que significa que poderiam ser acionados e causar males desde a surdez à perda de vidas. “No município de Jaramataia, encontramos um pacote de bomba que foi enviado a um vereador. E em Arapiraca, encontramos um cinto bomba instalado em um gerente do Banco do Brasil”, lembrou Moura.

A caixa-bomba chegou ao vereador Vinceslau Maia Carneiro (PMDB), de Jaramataia, em abril do ano passado e, aparentemente, não era perigosa. Para quem não é especialista, a caixa de papelão, onde estava um baú de uísque era inofensiva, mas a precaução que o vereador tomou foi fundamental para que ele não se machucasse com o explosivo.

“O artefato foi muito bem feito e seria acionado assim que alguém abrisse a caixa. Havia um quilo de pólvora, que estava em um cilindro de instintor de incêndio, o que poderia ser fatal por causa do impacto da explosão. Mas com a técnica adequada, o dispositivo foi desativado sem causar danos”, afirmou o especialista.

Em Arapiraca, a tentativa de assalto aconteceu em maio do ano passado, quando uma quadrilha fortemente armada invadiu a residência do gerente da agência central do Banco do Brasil e do tesoureiro do banco. Os dois e as famílias ficaram reféns por mais de 12 horas.

A quadrilha conseguiu fugir antes da chegada da Polícia e deixou o gerente do banco com um “cinto-bomba” amarrado na cintura. O assalto foi evitado e, em quase uma hora, o capitão Moura conseguiu desmontar o artefato explosivo que estava amarrado ao gerente.

Ameaças

Neste ano, os casos mais recentes foram registrados em instituições de Maceió, no final do mês passado (setembro). Na Faculdade de Administração de Alagoas, chegou a denúncia anônima que haveria uma bomba na instituição de ensino.

Em pouco tempo, o prédio foi evacuado e a Polícia chamada. Depois de uma inspeção, não foi constatada a presença da bomba; fato que não aconteceu no Sesc Centro.

No Sesc, foi encontrado um artefato com as mesmas características de uma bomba, mas sem explosivos. “Quem fez aquele artefato já tem noção e conhecimentos para montar uma bomba; essa prática, de denunciar algo falso, pode ser encarada como terrorismo – uma ação para gerar pânico em outras pessoas”, afirmou Moura.

Nesse último caso, a ação do criminoso provocou um acidente com uma equipe do Bope que estava se dirigindo para a ocorrência. O acidente deixou um militar ferido e ainda congestionou o trânsito no cruzamento da ladeira Geraldo Mello, no bairro do Farol.

Precaução

Com quatro cursos realizados em um ano e meio, o capitão Moura diz que, em todos os casos em que há denúncias de artefatos explosivos, é necessário que uma equipe especializada faça a varredura específica para encontrar bombas. Quando ela é encontrada, a equipe ainda deve fazer a neutralização e a desativação da bomba, para depois fazer a investigação necessária.

Depois que o caso é resolvido, o esquadrão anti-bombas ainda registra relatórios que ficam arquivados para que a Polícia tenha mais informação sobre os casos.

Por precaução e prevenção, quem souber de alguma denúncia de bomba ou achar algum artefato, não deve tocá-lo, mas sim se afastar, isolar o local e acionar a equipe do Bope (8833-8949) ou a Central de Operações da Polícia Militar (190).

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