Missa de despedida de Dom Cláudio reúne multidão na Catedral da Sé

Ardilhes MoreiraD. Cláudio Hummes, que assumirá cargo no Vaticano, se despede do Brasil com missa na Catedral da Sé

D. Cláudio Hummes, que assumirá cargo no Vaticano, se despede do Brasil com missa na Catedral da Sé

Uma multidão de 5 mil fiéis, políticos e representantes de outras religiões participou da missa de despedida de Dom Cláudio Hummes da Arquidiocese de São Paulo. Nomeado pelo Papa Bento XVI prefeito da Congregação do Clero, no Vaticano, Dom Cláudio viaja no dia 2 de dezembro para Roma. O novo arcebispo de São Paulo, uma das principais congregações católicas do mundo, ainda não foi escolhido pelo Papa Bento XVI.

A importância de Dom Cláudio para a cidade pôde ser medida pelas presenças na celebração, que começou às 15h e durou cerca de 2h30. O governador Cláudio Lembo (PFL), o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PFL), o ex-governador e candidato derrotado à Presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB), o senador reeleito Eduardo Suplicy (PT), a deputada Luiza Erundina (PSB), o secretário nacional de direitos humanos José Gregório e o ex-ministro do Planejamento João Sayad prestigiaram a celebração.

Compareceram ainda o rabino Henry Sobel, da Congregação Israelita Paulista (CIP), Dom Fares, da Igreja Melquita, e o bispo Agassum Anba, da Igreja Copta Ortodoxa. O clima de agradecimento deu o tom da celebração. Lembo, Kassab e Sobel prestaram homenagens ao ex-arcebispo e foram aplaudidos ao final da missa.

Durante a celebração, Dom Cláudio se mostrou emocionado, mas já se disse envolvido com o novo cargo. Em sua homilia, ele fez uma dura defesa dos padres católicos, e reafirmou que a Igreja precisa investir nestes representantes.

Dom Cláudio reafirmou a necessidade de que a seleção de candidatos ao sacerdócio seja rigorosa. Segundo ele, é uma medida que contribui para diminuir o número de problemas envolvendo os padres. "Um só caso grave já seria motivo de grande preocupação. Mas não se diga ‘os padres’. Seria muito hipócrita dizer isso", afirmou, fazendo referência ao fato de que, segundo ele, apenas uma minoria dos sacerdotes se envolve em escândalos. "99,9% (dos padres) são bravos, que sacrificam tudo pelo povo de Deus."

Dom Cláudio vai à Itália para assumir o cargo de prefeito da Congregação para o Clero, considerado um dos mais importantes da Igreja Católica. Além de supervisionar a atuação dos padres ao redor do mundo, o ex-arcebispo tem também a função de fiscalizar as finanças das paróquias.

Amigo do presidente Lula, dom Claudio sucederá o cardeal colombiano Darío Castrillón Hoyos no posto de prefeito da Congregação para o Clero. O Vaticano informou que Hoyos, de 77 anos, se aposentará por causa da idade.

Desde 1998, Hummes lidera a arquidiocese de São Paulo, a maior do país católico mais populoso do mundo. Com a nomeação, o cardeal deixa de ser o arcebispo metropolitano de São Paulo e passa ao cargo de administrador apostólico. Nesta função, Hummes mantem a responsabilidade pelo comando da Igreja em São Paulo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em São Paulo para participar da reunião do diretório nacional do Partido dos Trabalhadores, foi convidado para a missa, mas não compareceu. Lula enviou uma carta para Dom Cláudio, com quem manteve relação próxima nos tempos em que foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, na década de 1970 e 1980. Dom Cláudio era então o bispo de Santo André. A mensagem foi lida ao final da celebração deste domingo.

Fonte: G1

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