Há 33 anos, Eurico ‘perdeu’ para o Botafogo no tapetão

O jogo aconteceu no dia 7 de novembro de 1982, válido pela oitava rodada do segundo turno do Carioca, e o líder Botafogo tinha apenas um ponto de vantagem sobre o Vasco.

Eurico Miranda saiu exultante do Maracanã (foto: DANIEL RAMALHO/AGIF/GAZETA PRESS)
Eurico Miranda saiu exultante do Maracanã (foto: DANIEL RAMALHO/AGIF/GAZETA PRESS)

Em um Campeonato Carioca marcado por polêmicas fora de campo este ano, Botafogo e Vasco fazem a primeira partida da final neste domingo, às 16h no Maracanã, para decidirem, na bola, que será o campeão estadual. Há 33 anos, as duas equipe também travaram um importante duelo dentro de campo, mas que começou antes mesmo de a bola rolar, com brigas judiciais, liminares e disputas políticas. O resultado? O vascaíno Eurico Miranda perdeu no tapetão, e o Botafogo ganhou o clássico no Maracanã.

O jogo aconteceu no dia 7 de novembro de 1982, válido pela oitava rodada do segundo turno do Carioca, e o líder Botafogo tinha apenas um ponto de vantagem sobre o Vasco. Uma semana antes, no entanto, o time cruz-maltino empatou com o Campo Grande, por 1 a 1, no estádio Ítalo Del Cima, em uma partida de muita confusão.

No primeiro tempo, Roberto Dinamite fez um gol irregular, chegou à marca de 499 gols na carreira e tomou um cartão amarelo que o tiraria do jogo seguinte contra o Botafogo. No intervalo, o árbitro Aloísio Felisberto da Silva alegou ter sido coagido e agredido por um dirigente do Campo Grande e se recusou a voltar para apitar o segundo tempo. Com o juiz reserva em ação, a equipe da casa empatou na segunda etapa, e o clima de guerra e reclamações permaneceu até o fim.

Após o jogo, Eurico Miranda, então assessor do presidente vascaíno Alberto Pires Ribeiro, avisou que iria pedir a interdição do estádio e a anulação do jogo. Bem ao seu estilo, Eurico cumpriu o prometido, o Vasco entrou com recurso pedindo a anulação da partida e, consequentemente, do terceiro cartão amarelo de Dinamite. Apesar de não haver tempo para o julgamento do caso antes do clássico e de o presidente do TJD ter negado o pedido de liminar para escalar Roberto Dinamite, Eurico conseguiu na sexta-feira à noite, dois dias antes da partida, uma liminar cocedida pelo presidente do STJD, Carlos Henrique Saraiva, liberando o atacante.

Quando os vascaínos já comemoravam a vitória na disputa jurídica, o Botafogo também deu o seu jeito e virou o jogo. No sábado à noite, um membro da diretoria alvinegra fpi até a casa do presidente do CND (Conselho Nacional de Desportos), o general Cesar Montagna de Sousa, que cassou imediatamente a liminar. O documento com a decisão foi entregue já em campo no domingo ao juiz Valquir Pimentel, quando Dinamite já estava pronto para entrar no gramado.

Mesmo assim, Eurico Miranda defendia a escalação de Dinamite, mas o vice-presidente de futebol do Vasco, Antônio Soares Calçada, consultou o departamento jurídico do clube e impediu Dinamite de atuar. Eurico e Calçada seriam adversários nas próximas eleições para presidente do clube de São Januário.

Em campo, diante de um público de mais de 77 mil torcedores, o Botafogo atropelou o Vasco, que estava desfalcado de seu principal jogador, por 4 a 1. Na segunda-feira, manchete do Jornal do Brasil resumiu bem o clássico: “Goleada no campo, na torcida e no tapetão”.

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