Bailarinos vendem até trufas para realizar sonho de dançar nos EUA

Dupla de Santos, SP, foi selecionada para competir em festival, em maio. Jovens precisam de ajuda para pagar a viagem e realizar o sonho deles.

Divulgação/Ballet ValderezWillian e Keyte ensaiam na escola Ballet Valderez

Willian e Keyte ensaiam na escola Ballet Valderez

Um jovem saiu das ruas do Morro da Nova Cintra, em Santos, no litoral de São Paulo, para ganhar os palcos em Nova York, nos Estados Unidos. Willian Silva, de 21 anos, na companhia da colega, a bailarina Keyte Zani, de 15 anos, foi convidado para participar do festival Valentina Kozlova International Ballet Competition (VKIBC). Sem condições financeiras para fazer a viagem, a dupla procura alternativas para participar do evento.

Willian conta que sempre morou no Morro da Nova Cintra. Ele diz que se distanciou de alguns amigos que se envolveram com o tráfico de drogas depois que descobriu a dança no Centro da Juventude (Cejuv) da Zona Noroeste, aos 10 anos. “Foi uma amiga que me chamou. Entrei no jazz e fiz dois anos. Depois foi o balé clássico”. Willian também fez parte do balé do Teatro Municipal de Santos e, em 2013, se juntou ao Ballet Valderez.

Ele e as colegas bailarinas participaram do New Fest Dance de Campos do Jordão, que reuniu mais de 130 grupos por dia, em agosto do ano passado. “Foi a Marisa Estrella, que faz parte da comissão do festival, que estava no júri e achou interessante o trabalho deles. Ela fez a seleção para o festival em Nova York”, explica a dona da academia, Valderez Zani.

O Valentina Kozlova International Ballet Competition acontece entre os dias 23 e 31 de maio. Willian e Keyte farão aulas na Broadway Dance Center. Na competição, eles terão que ir passando por etapas para seguir adiante. Willian terá que apresentar quatro variações do balé clássico e um solo contemporâneo. Já Keyte Zani fará três apresentações de balé clássico e um solo contemporâneo. “É uma troca de experiências. Eles vão estar com mestres de balé. A Valentina (Kozlova) foi a primeira bailarina do Bolshoi. É um intercâmbio muito bom, uma bagagem muito boa, independente de ganhar ou não”, afirmou Valderez.

Porém, o alto custo da viagem ainda coloca em dúvida a ida dos bailarinos a Nova York. Eles estão fazendo de tudo para arrecadar os R$ 15 mil que faltam para conseguirem viajar e participar do festival. “Estamos fazendo pedágio, vendendo trufas e fazendo festas para arrecadar dinheiro. Falta muito ainda”, fala Willian.
Enquanto isso, os bailarinos seguem em ritmo intenso de treinos e coreografias para chegarem no palco e exibirem tudo o que aprenderam em Santos. “Estamos batalhando para conseguir ir ao festival, esperando a ajuda de quem possa ajudar. Não está sendo fácil. O nosso trabalho é se dedicar e esperar para ver o que vai acontecer”, diz Willian.

Em Nova York, William será visto por profissionais do mundo inteiro. O jovem do morro da Nova Cintra sonha com uma vida melhor, onde poderá viver somente para dançar. “Quero entrar em uma companhia profissional e estudar, conseguir realizar esse meu sonho”, finaliza.

Fonte: G1

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