Especialistas e pacientes discutem a Fibromialgia em Audiência Pública

Ascom/CMMCâmara de Maceió

Câmara de Maceió

Em audiência pública realizada na manhã de hoje, a Câmara Municipal de Maceió discutiu a fibromialgia, síndrome que faz uma pessoa sentir dores por todo o corpo, durante longos períodos, sensibilidade nas articulações, nos músculos e nos tecidos moles.

De acordo com a propositora da sessão, vereadora Tereza Nelma (PSDB), a patologia está ligada diretamente à fadiga, distúrbios do sono, dores de cabeça, depressão e ansiedade.
A doença atinge mais pessoas do sexo feminino, sobretudo na faixa etária de 30 a 55 anos.

Ainda segundo a parlamentar, a audiência tem o objetivo de chamar a atenção para a doença, discutindo o tema, conscientizando, divulgando o 12 de maio, Dia Mundial da Fibromialgia e fortalecendo a Associação dos Pacientes de Fibromialgia de Alagoas. “Está é uma doença que não é de fácil diagnóstico e nem tem cura, por isso a importância de um exame com uma equipe multidisciplinar, formada por médico, psicólogo e fisioterapeuta”, afirmou.

Segundo a médica reumatologista, Ana Rosa Araújo, mais do que tratamento, é preciso acabar com o preconceito que existe em torno da doença. “Geralmente, na própria família, há uma resistência e uma dificuldade de se entender o problema que alguém está passando. “Para se ter uma vida com mais qualidade, é fundamental o efeito psicológico. A autoestima, o apoio familiar e a religiosidade do paciente são elementos que contribuem de forma decisiva para se atenuar os sintomas da doença”, esclareceu.

REFERÊNCIA – Portadora da síndrome desde a adolescência, mas só com o diagnóstico confirmado há apenas 10 anos, a dona de casa Maria Hélida Mesquita Nunes relatou durante a audiência as dificuldades de se conviver com o problema. “Nossa dor é nossa referência no nosso dia a dia”, declarou. Segundo ela, a peregrinação para se obter assistência é muito grande. Por isso, cobramos aos nossos gestores da Saúde pública mais carinho, pois falta medicamentos nos postos, falta atendimento básico”, denunciou.

Na audiência foram discutidos ainda os métodos de tratamento, quer sejam medicamentosos ou fisioterapêuticos.

Já Flávia Ribeiro, que também é paciente, contou a experiência dela com a doença, das dificuldades e da ideia de lançar um blog para relatar e divulgar informações sobre a síndrome. “A ideia é disseminar informações. Ajudar outras pessoas que também sofrem, mas que não sabem o que realmente está acontecendo. O objetivo do blog Amigos de Fibra é este: ser um instrumento de ajuda”, destacou.

INTERIOR – Bastante emocionada, a contadora Ana Paula Lima afirmou que no interior as dificuldades dos pacientes são ainda maiores. “Sou de Arapiraca e toda vez que estou com muitas dores, vou a Unidade de Emergência e peço para me aplicar uma determinada medicação, simplesmente porque os médicos dizem que se tratar de uma simples virose. Outro dia, um me perguntou o que era Fibromialgia. Fiquei indignada”, disse ela, completando que o preconceito é muito forte. “Perdi as contas de quantas vez ouvi as pessoas dizerem que o que eu sentia era ‘frescura’”.

A representante da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió, Rosivânia do Nascimento, destacou aimportância de se realizar uma audiência pública como a desta segunda feira. “É a oportunidade que temos, enquanto gestores, de termos um ‘feedback’ dos usuários do sistema público”. Ele garantiu que hoje a rede de saúde está passando por uma reestruturação e há um reforço no que se refere às doenças crônicas, nas quais a fibromialgia se insere. “Todas as informações sobre cada unidade e seus programas de assistência vão estar disponibilizadas na internet até o final do ano. Isso significa um avanço, porque os pacientes vão ter mais acesso aos serviços prestados, já que vão saber onde encontrar o tratamento que precisam de forma mais rápida”. Outras demandas levantadas durante a sessão, ainda segundo ela, serão analisadas para que sejam tomadas as devidas providências.

Estiveram presentes a Audiência Pública, além da vereadora Tereza Nelma, médicos, fisioterapeutas, o presidente da Associação dos Pacientes com Fibromialgia, Paulécio Alves, representantes da Secretaria Municipal de Saúde e diversos portadores da síndrome.

Fonte: Ascom/CMM

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