Guerreiro alagoano perde Mestre Juvenal Leonardo

 

Keyler Simões/ FMACMestre Juvenal liderava o Guerreiro Vencedor Alagoano.

Mestre Juvenal liderava o Guerreiro Vencedor Alagoano.

A cultura popular de Alagoas está com uma estrela a menos no naipe dos seus mestres. Os guerreiros brincantes do mais tradicional folguedo alagoano entram em uma temporada menos alegre e lamentam a perda de um dos seus mais elegantes mestres. Morreu no sábado passado (23), aos 81 anos, Juvenal Leonardo Jordão, ou Mestre Juvenal, já que era com esse título que reinava há muito à frente do Guerreiro Vencedor Alagoano.

Declarado Patrimônio Vivo de Alagoas desde 2005, Mestre Juvenal era dono de postura inconfundível à frente da brincadeira. Seja pelo porte altivo, graças à elegância herdada dos pais, Leonardo Jordão de Moura e Doralice Rosa da Conceição, seja pela alegria com que desde os 10 anos de idade iniciou-se nas brincadeiras de Guerreiro, Mestre Juvenal é sem dúvidas figura já eternizada nas memórias e histórias que compõem o imaginário da cultura alagoana.

Mestre Juvenal era natural de Anadia, mas foi em Pilar que, aos 10 anos, confeccionou o chapéu de talo de palmeira e casca de bananeira com uma única fita acima da copa que lhe renderia o posto de mateu no Guerreiro do mestre Artur Bozó. Não parou mais de brincar.

Aos 15 anos, começou a dançar nos cordões como bandeirinha e pouco depois, aos 22 anos, formou seu próprio grupo de Guerreiro, em Coqueiro Seco. Algum tempo depois, já residente em Maceió, inicia-se no Guerreiro do afamado mestre João Amado. O Guerreiro Vencedor Alagoano não tardaria a nascer no Vergel do Lago, fruto de grandes amizades.

O Guerreiro acabou se desfazendo para renascer na Chã da Jaqueira / Bebedouro, mas tempos depois, acabou voltando para onde tudo começou, no Vergel do Lago, onde os ensaios aconteciam aos sábados e domingos até quando a saúde do mestre permitiu.

O Vencedor Alagoano era presença indiscutível no projeto Giro dos Folguedos, desenvolvido pela Prefeitura de Maceió, por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural (Fmac), desde o início da atual gestão em 2013. Sua última apresentação no projeto, uma das últimas do grupo, aconteceu em agosto de 2014. “Após isso, infelizmente, Mestre Juvenal não teve mais saúde para estar conosco”, lembra o diretor de Produção Cultural da Fmac, Keyler Simões.

O mestre sofria com problemas respiratórios e de circulação e, por isso, há alguns meses havia fixado residência em Arapiraca aonde era cercado de cuidados pela família.

Fonte: Assessoria

Veja Mais

Deixe um comentário

Vídeos