A Justiça revogou a prisão da mulher condenada a 12 anos e seis meses de reclusão por matar cães e gatos em São Paulo. Segundo a acusação, Dalva Lina da Silva cometeu crimes contra 37 animais em janeiro de 2012.
A desembargadora Maria de Lourdes Rachid Vaz de Almeida, da 10ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, considerou que a mulher é ré primária, possui bons antecedentes, tem residência fixa e ocupação lícita. “A ré compareceu a todos os atos processuais e não há elementos que demonstrem a presença de requisitos da prisão preventiva”, disse a magistrada em sua decisão proferida na quinta-feira (25).
A condenação de Dalva aconteceu em 18 de junho. Na sentença de primeira instância, a juíza Patrícia Álvares Cruz afirmou que a mulher era perigosa. “A ré tem todas as características de uma assassina em série, com uma diferença: as suas vítimas são animais domésticos.”
Na ocasião, o advogado de Dalva considerou a condenação injusta e disse que vai recorrer imediatamente da decisão. Se ela fosse presa, esta seria a primeira vez no Brasil que uma pessoa iria para a cadeia por maus-tratos e morte de animais. Em casos semelhantes, as penas aplicadas são mais leves, como prestação de serviços comunitários e multas.
Em 12 de janeiro de 2012, ela foi detida em flagrante. No seu carro foram encontradas caixas de sedativos. No dia seguinte, a mulher foi liberada porque, segundo a Polícia Civil, o crime foi considerado de menor potencial ofensivo. Revoltados, manifestantes quebraram o portão da casa e picharam o imóvel.
A casa onde os animais foram mortos fica em uma rua tranquila da zona sul da capital paulista. Depois que tudo foi descoberto, Dalva saiu de lá com a família e, depois de dois anos, alugou o imóvel. O caso surpreendeu os vizinhos e outras pessoas que conviviam a mulher.
“Ninguém esperava, por tudo que ela falava e por tudo que aconteceu. Ninguém jamais ia imaginar. Se não fosse investigado, ninguém sabia”, disse o vigia da rua, Giovanildo dos Santos.