Mundial de vôlei: Brasil garante medalha de ouro antes mesmo da final

Duas duplas brasileiras disputam a final; Brasil também pode garantir o bronze e ocupar todo o pódio.

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O Brasil garantiu nesta sexta-feira (04) o título e a medalha de prata do Campeonato Mundial de vôlei de praia, realizado na Holanda. Fernanda Berti e Taiana (RJ/CE) venceram as alemãs Katrin Holtwick e Ilka Semmler por 2 sets a 0 (21/12, 21/15) e encaram na final Ágatha/Bárbara Seixas (PR), que eliminou as compatriotas Juliana/Maria Elisa (CE/PE) com triunfo por 2 sets a 0 (24/22, 21/19). As duas partidas foram disputadas em Haia.

A final acontece neste sábado acontece em Haia, às 16h (de Brasília), com transmissão ao vivo do SporTV3. O canal também exibe a disputa da medalha de bronze, entre Juliana/Maria Elisa e as alemãs Katrin Holtwick e Ilka Semmler, que se enfrentam pela quarta vez em torneios internacionais. As rivais das brasileiras levaram a melhor nos três encontros prévios.

O resultado desta sexta-feira transforma o Brasil no maior vencedor de Campeonatos Mundiais no naipe feminino. O país estava empatado com os Estados Unidos, que têm quatro medalhas de ouro, na liderança. Sandra Pires/Jackie Silva, em Los Angeles (1997), Adriana Behar/Shelda, em Marselha (1999) e Klagenfurt (2001), e Juliana/Larissa, em Roma (2011), já tinham conquistado o título para o país em edições anteriores.

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O Brasil também garante a segunda vaga no torneio feminino dos Jogos Olímpicos de 2016. A conquista, que pertence ao país campeão, e não ao time vencedor, também poderia ser obtida através da Continental Cup, do Circuito Mundial e da Repescagem Mundial. A primeira vaga já era garantida pelo fato de o Brasil ser o país-sede.

Agora, a busca é por outro recorde. O Brasil pode se transformar no primeiro país a dominar o pódio de um Campeonato Mundial. O país bateu na trave em 2009, quando ficou com prata, bronze e o quarto lugar. Caso Juliana e Maria Elisa (CE/PE) vençam a disputa do bronze, mais um trecho na história do vôlei de praia será escrito por brasileiros.

A partida entre Fernanda Berti/Taiana (RJ/CE) e Ágatha/Bárbara Seixas (PR/RJ) será a décima entre elas. Foram sete vitórias da paranaense e da carioca e duas das campeãs do Grand Slam da Holanda, de 2014. Dos nove encontros, apenas dois foram em etapas internacionais. O último justamente na etapa anterior ao Mundial, na semifinal do Grand Slam de São Petersburgo (EUA), quando Ágatha e Bárbara levaram a melhor.

Todos os holofotes do Campeonato Mundial, na Holanda, estavam voltados para o talento das duplas brasileiras. Dos 48 times que iniciaram a disputa do torneio feminino, quatro alcançaram o penúltimo dia da competição mais importante da temporada com chance de medalhas. E três deles levavam as cores verde e amarela em seus tops.

Divulgação/FIVBFernanda ataca contra bloqueio alemão na semifinal

Fernanda ataca contra bloqueio alemão na semifinal

A primeira dupla a entrar em quadra foi Taiana e Fernanda Berti. E a parceria, formada um ano atrás, já iniciou o confronto contra as alemãs Katrin Holtwick e Ilka Semmler em vantagem, por terem disputado todos os seis jogos anteriores na arena central instalada no coração de Haia, e principalmente terem conquistado o carinho da torcida holandesa.

O primeiro ponto foi brasileiro, com Taiana anotando um ace. No lance seguinte foi a vez de Fernanda Berti parar o ataque adversário no bloqueio. O Brasil seguiu consolidando o placar no início da primeira etapa e alcançou 7/3 após grande largada da cearense, que forçou as alemãs a paralisar o jogo.

As principais jogadas do outro lado da rede saíam das mãos de Ilka Semmler, que se alternava entre a defesa e o ataque, e diminuiu a diferença para 9/5. Seguras na partida, as brasileiras dilatariam o marcador para 18/8, em bloqueio imponente de Fê Berti. A parceria seguiu com o controle das ações e fechou a primeira etapa em 21/12, em corta na diagonal da carioca.

Assim como no primeiro set, Taiana soltou o braço no saque para colocar o Brasil em vantagem no início da segunda etapa. A Alemanha alcançaria pela primeira vez no jogo a liderança do placar, abrindo 4/2 após erro não forçado de Fê Berti. Com tranquilidade, o time verde e amarelo devolveu a quebra de serviço, empatando em 8/8 e virando após bloqueio preciso de Fernanda Berti.

Com a virada de bola eficiente, a parceria voltou a abrir quatro pontos para as adversárias, que tentaram esfriar a partida com o tempo técnico. Não deu certo. Ponto a ponto, Taiana e Fernanda Berti mostraram a todos os presentes na arena porque alcançariam a decisão do Campeonato Mundial de maneira invicta. Consciente e vibrante, a dupla carimbou a vaga na final com 21/15, após saque na rede do time alemão.

“Tivemos muita concentração, muita vontade de querer chegar à final. E acima de tudo vivemos cada ponto do jogo. Cantamos muito bem as jogadas e isso mantém a concentração em alta. Conseguimos fazer 100% de aproveitamento até aqui, algo muito difícil de conquistar. Estou muito feliz com a nossa apresentação, porque de todas as partidas do Campeonato Mundial esse foi o que conseguimos controlar melhor o jogo. Estou muito feliz de estar jogando com a Fernanda, de conseguir jogar meu melhor voleibol. Vamos continuar com essa energia para conquistar o título”, celebrou Taiana.

Como se estivessem atuando nas areias de Copacabana, palco dos Jogos Olímpicos do próximo ano, do outro lado da chave Juliana e Maria Elisa (CE/PE) e Ágatha e Bárbara Seixas (PR/RJ) fizeram o terceiro confronto entre os times em menos de um mês. No primeiro, na decisão do Major Series de Stavanger (Noruega) Juliana e Maria Elisa levaram a melhor. No Grand Slam de São Petersburgo (Estados Unidos), última etapa do Circuito Mundial, Ágatha e Bárbara Seixas deram o troco e conquistaram o título.

O primeiro ponto do jogo foi marcado por Ágatha e Bárbara Seixas, após ataque para fora de Juliana. A vibração da paranaense e da carioca chamou a atenção no início da partida, assim como a vantagem de 4/1 no placar. Juliana e Maria Elisa reagiram e voltaram a igualar o marcador, em 5/5. Na sequência da etapa inicial, Ágatha e Bárbara Seixas conseguiriam anotar três pontos consecutivos (8/5) – o último deles após intensa troca de bolas entre as equipes, finalizada por uma cortada na diagonal de Ágatha.

Juliana e Maria Elisa mostraram que não sentiram a pressão, diminuindo a diferença para um único ponto e igualando o marcador no lance seguinte, em 11/11. O equilíbrio se manteve até o final da primeira etapa. Ágatha e Bárbara Seixas conquistaram quatro set points, mas todos foram salvos pela dupla com o top verde. Na quinta tentativa de fechar a parcial, Ágatha quebrou a recepção de Juliana para marcar 24/22.

O segundo set começou com ambas as duplas confirmando seus serviços. Mesmo em momentos de desequilíbrio dos times, com erros não forçados, os times se mantiveram rigorosamente empatados. A igualdade ultrapassou a casa dos 10 pontos e se estendeu ao longo da parcial. Ágatha e Bárbara Seixas conquistaram uma quebra de vantagem e abriram dois pontos (16/14), obrigando Juliana e Maria Elisa, que estavam em desvantagem e viam a reta final do jogo cada vez mais próxima, a recorrer ao tempo técnico.

Eleita três vezes melhor do mundo, Juliana chamou a responsabilidade tanto no ataque quanto na defesa, mas não foi capaz de frear o ótimo momento vivido por Ágatha e Bárbara Seixas. Em um ace de Ágatha, a parceria alcançou 21/19 e carimbou a vaga na decisão. Após o ponto final, arena em Haia se rendeu ao talento brasileiro, aplaudindo em pé ambos os times.

“O que faz a diferença é você buscar agressividade, buscar atitude. Estou muito feliz com o período que estamos passando. O planejamento da temporada era realmente visando esse período do Circuito Mundial, para podermos render o máximo. Sabíamos desde o começo do ano que a gente precisaria ter paciência, mas os resultados estão aparecendo. Ágatha e eu nos damos bem dentro e fora da quadra, somos muito parecidas. E isso influencia para termos essa cumplicidade dentro da quadra”, afirmou Bárbara Seixas.

“Em confrontos contra brasileiras, os times se conhecem tanto que pequenos detalhes acabam fazendo a diferença nesses jogos decisivos. Aí temos que ter a percepção e a calma de conseguir fazer essa leitura, qual a proposta de jogo adversária. É muito difícil, as equipes se enfrentam com frequência e os jogos sempre são muito apertados. A final de amanhã não será diferente”, analisou Ágatha.

Fernanda Berti e Taiana (RJ/CE), além de Ágatha (PR), buscam a primeira medalha em campeonatos mundiais de suas carreiras. A carioca inclusive disputa o torneio pela primeira vez, já alcançando a final logo na estreia. Já Bárbara Seixas (RJ) obteve o bronze em 2013, na Polônia, ao lado da capixaba Lili.

A décima edição da Copa do Mundo, que começou a ser realizada em Los Angeles, em 1997, e é disputada a cada dois anos, foi a primeira na história a ser sediada em quatro cidades de maneira simultânea.

Dentro de quadra, os principais atletas disputam o importante título e uma premiação de 1 milhão de dólares (60 mil aos vencedores, 45 mil para os segundos colocados e 35 mil dólares aos medalhistas de bronze). Além de 1000 pontos para a dupla no ranking do Circuito Mundial.

Além disso, os países dos atletas campeões estarão automaticamente classificados para as Olimpíadas do Rio 2016. A vaga é da federação, e não do time campeão. O Campeonato Mundial não conta pontos na corrida olímpica brasileira, já que possui formato distinto das demais etapas e possibilita apenas quatro duplas do país em cada naipe.

Fonte: CBV

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