Marinheiros do Japão fazem mutirão de limpeza em estação do Recife

(Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press)
(Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press)

Numa ação que pegou de surpresa até o próprio Metrorec, o pátio da Estação Central do Recife foi tomado por tripulantes da esquadra da marinha japonesa que permanece na capital pernambucana até hoje, quando segue para o Rio de Janeiro. Com o objetivo de propagar o espírito da voluntariedade e traços da cultura nipônica, os marinheiros realizaram um mutirão de limpeza do local. Gesto que foi acompanhado com admiração e respeito por quem passava por ali. Os orientais estão no Recife para comerar os 120 anos do tratado de amizade entre Brasil e Japão.

Não foi a primeira vez que o costume chamou a atenção dos pernambucanos. Ano passado, depois da derrota do Japão por 2 a 1 para a Costa do Marfim, na Copa do Mundo, a torcida nipônica deu exemplo de civilidade ao recolher o lixo da arquibancada. A repercussão pesou na hora de definir a ação de ontem, como contou a cônsul Hitomi Sekiguchi. “Durante a Copa, muita gente falou bem desse comportamento dos japoneses e por isso escolhemos um lugar movimentado para esta ação.”

Como não poderia deixar de ser, a movimentação chamou a atenção dos usuários da Estação Central. No ir e vir, era comum ouvir expressões como “isso é uma vergonha para o Brasil” – o que valeu uma ressalva do secretário do Departamento de Diplomacia Pública da Embaixada do Japão no Brasil, Rei Oiwa. “Não queremos dizer que a cidade é suja. Apenas, ressaltar a importância que damos à manutenção dos espaços públicos pela população que os utiliza”, explicou. “Nos Estados Unidos, fizemos algo semelhante em um cemitério de militares veteranos e a repercussão foi muito positiva”, acrescentou.

De fato, o compromisso da população japonesa com o lixo deixa claro que a ação realizada na Estação Central não se trata de uma exceção motivada pela diplomacia. Com mais de 13 milhões de moradores, Tóquio não tem lixeiras nas ruas desde 1995, quando um atentado terrorista matou 13 pessoas – o artefato explodiu dentro de uma lixeira. E a partir de 1997, a reciclagem passou a ser lei. Cumprida, claro, com o tradicional rigor nipônico.

Bastante procurados para fotos e selfies com os usuários da estação, os marinheiros se mostraram surpresos com a abordagem dos brasileiros. “É engraçado ver tantas pessoas querendo tirar foto com a gente”, contou Takumi Takenouchi, antes de fazer uma revelação. “Achei que fosse encontrar mais calor e menos lixo”, concluiu.

Fonte: Diario de Pernambuco

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