HGE contribui para diminuir número de infartados em Alagoas

Segundo cardiologista, o infarto é a segunda maior causa de óbitos no Estado

Agência AlagoasHGE contribui para diminuir número de infartados em Alagoas

HGE contribui para diminuir número de infartados em Alagoas

Os alagoanos com risco de infarto passaram a contar com um atendimento cardiológico de excelência no Hospital Geral do Estado (HGE). Até o último dia 14 de abril, Alagoas era o único estado a não oferecer tratamento de angioplastia transluminal coronária – seja na forma primária de tratamento, seja como salvamento nos insucessos da terapêutica trombolítica. Agora, a população mais carente conta com um serviço que diminui o dano miocárdico e, com isso, impacta de forma positiva a qualidade de vida e a capacidade de trabalho do infartado.

O aposentado Nivaldo José da Silva, de 68 anos de idade, foi um dos alagoanos que teve a saúde restabelecida após submeter-se a uma angioplastia – intervenção cirúrgica destinada a tratar reparar um vaso deformado, estreitado ou dilatado. “O hospital me devolveu a vida. Não tenho absolutamente nada o que reclamar. Estou muito feliz”, disse quando esteve internado na Unidade de Dor Torácica (UDT) do HGE.

Já de alta médica, Nivaldo lembrou que sentiu uma dor forte no último dia 24 e foi atendido pela equipe médica da unidade de saúde em Porto Calvo, distante 96 km de Maceió. “Eu moro em Japaratinga [cidade vizinha] com minha esposa. A primeira dor aconteceu semana passada, mas foi na segunda-feira [dia 27] que ela voltou com mais força. Voltei a Porto Calvo e logo me trouxeram para o HGE. Aqui, os médicos rapidamente me atenderam e agora só espero a chegada da minha família para ir embora”, relatou.

“O atendimento rápido faz toda a diferença, pois se evita um dano maior a saúde do doente, fazendo com que este volte a desempenhar normalmente suas atividades”, explicou o médico Ricardo César Cavalcanti. “No Brasil, 100 mil óbitos ao ano são por infarto do miocárdio. Em Alagoas, somente o número de casos envolvendo AVC [Acidente Vascular Cerebral] supera os de infarto”, ressaltou.

 Para o médico cardiologista, o início do sistema de sobreaviso 24h para pacientes do HGE representa o fim de um enorme paradoxo na cardiologia alagoana, que oferta serviços de excelente nível. “Da clínica cardiológica ao serviço de cirurgia cardíaca. Todos com visibilidade nacional, mas antes uma vergonha para Alagoas, pois éramos um dos poucos estados do País que não realizava a angioplastia primária em pacientes do SUS [Sistema Único de Saúde]”.

Atendimento deve ser rápido

Vômitos, suor frio, fraqueza intensa, palpitações, falta de ar, sensação de ansiedade, fadiga, sonolência e tontura ou vertigem podem ser sintomas de infarto, que ocorre quando uma ou mais artérias que levam oxigênio ao coração (chamadas artérias coronárias) são obstruídas abruptamente por um coágulo de sangue, formado em cima de uma placa de gordura (ateroma) existente na parede interna da artéria.

Com o bloqueio da passagem da corrente sanguínea, o músculo cardíaco pode ser danificado e até morrer, partindo daí as sequelas do infarto ou até mesmo o óbito. “Por isso o atendimento precisa ser rápido, logo após os primeiros sintomas identificados. Se conseguimos tratar esse paciente em até seis horas após o início do primeiro sintoma, as chances de abortar o infarto e restabelecer a saúde do enfermo é muito maior”, destacou Ricardo Cesar.

Até o momento, desde a implantação do serviço, trinta pacientes foram atendidos. “Nossa equipe é composta por 25 cardiologistas, sendo três hemodinamicionistas [especializados no serviço de Hemodinâmica, que se dedica à realização de diagnósticos e procedimentos terapêuticos utilizando a técnica do cateterismo], que tem atendido geralmente homens entre 40 e 50 anos, uma faixa etária considerada produtiva pela economia”, pontuou o diretor.

Homens acima dos 45 anos e mulheres com 55 anos ou mais têm maior propensão ao infarto. Soma-se ao risco o tabagismo, hipertensão, colesterol elevado, diabetes, sedentarismo, obesidade, estresse, alcoolismo, uso de entorpecentes e o histórico familiar de infarto.

“Temos observado que estamos recebendo um público jovem, muitos pais de família. Desse modo, vale destacar que a existência de sequela e morte prejudica a estrutura familiar, causando problemas na economia, na saúde e até podendo contribuir com o crescimento na criminalidade do Estado, uma vez que os filhos precisarão sair da escola para ajudar em casa, mas em um momento prematuro, deixando-o vulnerável ao envolvimento com criminosos em troca de retorno financeiro”, refletiu Ricardo Cesar.

Mas agora, o médico considera que Alagoas entrou no século XXI no tratamento que envolve a angioplastia primária. “Estão disponíveis equipamentos modernos de imagem angiográfica de alta definição, suporte circulatório para os casos mais graves e unidade de terapia intensiva bem equipada e com pessoal especializado”, informou.

Fonte: Agência Alagoas

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