Fezes humanas e papéis higiênicos são lançados no mar de Jatiúca, diz laudo da PF

Fezes humanas e papéis higiênicos provenientes de esgotos são lançados no mar de Jatiúca, diz relatório da PF

Jorão Urtiga/Alagoas24horasDelegado André Costa apresenta resultado do laudo

Delegado André Costa apresenta resultado do laudo

A Polícia Federal (PF) divulgou na manhã desta quarta-feira (26) o laudo técnico realizado em um trecho da praia de Jatiúca, e na Avenida Amélia Rosa, quanto à poluição das águas de Maceió, as populares línguas sujas. De acordo com o delegado regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado, André Santos Costa, a amostra constatou que fezes humanas, papel higiênico, todos provenientes do esgoto são lançadas no mar.

A PF coletou oito amostras, sendo cinco no mar de Jatiúca, duas nas saídas das galerias e mais outra nas calçadas da Avenida Amélia Rosa, onde o refluxo do esgoto chegou a jogar fezes no asfalto. Segundo o delegado, o limite máximo de coliformes fecais nesses trechos avaliados superou a média de 1000/NMP por 100 ml coletados.

“Nas amostras coletadas no mar e nas galerias superaram esse índice em 16 mil/NMP”, disse o delegado. Enquanto isso, na calçada da avenida a coleta chegou a apontar 16 bilhões/NMP por 100 ml coletados. O índice considerado estratosférico surpreendeu os policiais.

“Além disso, em uma das entradas de galerias pluviais, em frente a um edifício localizado na orla, foi encontrado um cano com um ‘T’ instalado em que o esgoto era desviado e lançado diretamente no mar. A prefeitura fez um tampão dessas ligações clandestinas e o esgoto subiu direto para a calçada”, relata com espanto o delegado.

Como as investigações permanecem em fase inicial, a PF não divulgou mais detalhes quanto aos possíveis responsáveis pelos crimes ambientais, mas confirma que órgãos públicos podem estar envolvidos. “O presidente da Casal [Companhia de Saneamento de Alagoas] alega que não fez ligações clandestinas, mas temos várias linhas de investigação e nenhuma foi descartada”, conta o delegado.

A princípio a PF vai requisitar ao Instituto do Meio Ambiente (IMA) mais informações sobre os relatórios de balneabilidade e buscar os responsáveis. O órgão solicita ainda que quem souber mais informações podem colaborar com as investigações e denunciar.

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