Famílias do povoado Mata Limpa comemoram reativação de Casa de Farinha

Para Rafaela de Oliveira, Rafaela de Oliveira, a farinha para o povo do interior é sinal de fartura
Para Rafaela de Oliveira, Rafaela de Oliveira, a farinha para o povo do interior é sinal de fartura

A máxima ‘respirar aliviado’ nunca fez tanto sentido quanto agora para as 80 famílias que dependem diretamente do funcionamento da Casa de Farinha situada no povoado de Mata Limpa, no município de Lagoa da Canoa. Reaberta no dia 13 de agosto, a unidade só voltou a produzir farinha, oficialmente, no final do mês, reestabelecendo o sustento de centenas de pessoas da região.

A Casa de Farinha, que havia sido interditada em novembro de 2014 juntamente com outras quatro pela Fiscalização Preventiva Integrada (FIP), comandada pelo Ministério Público Estadual (MP/AL), por descarte irregular da manipueira no meio ambiente, foi a primeira a se adequar às exigências feitas pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas, instalando lagoas para a decantação da substância tóxica e de um biodigestor.

Com a produção a todo vapor, Gilson Barbosa, proprietário da unidade de Lagoa da Canoa, diz que agora se sente aliviado não apenas pela garantia do sustento da sua família, mas em poder ver sorrir novamente, as pessoas que trabalham na Casa em todo o processo, desde o descasque, passando pela prensagem, até o peneiramento. “Sem esse recurso liberado pela Desenvolve e as condições ofertadas a nós pelo Estado, não sabemos quando poderíamos reabrir a Casa”, afirmou Gilson.

A retomada dos trabalhos é motivo de comemoração para pessoas como a dona Elisvânia Farias, moradora do povoado e descascadora da raiz de mandioca, umas das beneficiadas pela renda gerada pela produção da farinha deste tipo, considerada a melhor do país. “Sofremos muito enquanto a Casa de Farinha permaneceu fechada, porque é daqui que sustentamos nossos filhos. Mas agora, temos o nosso trabalho de novo e a tranquilidade de colocar comida em casa com o dinheiro que conseguimos aqui”, declarou emocionada Elisvânia.

Rafaela de Oliveira, que também tem sustento assegurado pelo processamento da mandioca daquela localidade, falou que “a farinha para o povo do interior é sinal de fartura, de tranquilidade, porque ela não só alimenta nossas famílias, como também ajuda a conseguir o dinheiro para comprar outros produtos”, comemora. Por dia, de acordo com o proprietário da Casa, são processadas 20 toneladas de mandioca. Com a adequação, será possível ampliar essa quantidade.

Com o recurso liberado pelo Estado através da Desenvolve, no local foram construídos dois tanques para a decantação da manipueira, líquido extraído da mandioca durante o processo de produção da farinha. O tanque é forrado com uma lona, que evita o contato do líquido com o meio ambiente. Quando os tanques estiverem cheios serão cobertos com outra lona, que proporcionará a produção do biogás, que irá gerar energia para a produção da farinha, diminuindo a utilização da lenha.

O presidente da Desenvolve, Antonio Pinaud, disse que esse recurso é o que motiva o trabalho da Agência de Fomento, garantindo a sobrevivência de quem mais necessita no Estado. “Trabalhar para quem já tem acesso ao sistema financeiro convencional é reescrever uma história já contada. O que queremos e estamos fazendo é escrever novas histórias para o povo que move esse Estado, os atores da agricultura familiar, levando novas opções de crédito e sustentabilidade para seus pequenos negócios”, destacou Pinaud.

Fonte: Desenvolve/AL

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