Perita criminal alagoana realiza primeiro exame de identificação humana por meio de DNA

O exame foi realizado como parte da pesquisa prática da tese de doutorado da perita Rosana Coutinho.

PoalExtração DNA

Extração DNA

O Instituto de Criminalística de Alagoas finalizou pela primeira vez um exame de DNA realizado por um dos seus peritos criminais. O exame foi realizado pela perita criminal Rosana Coutinho, doutoranda em biotecnologia em saúde, cujo projeto de tese é na área de genética forense. A referida perita foi designada pela direção do IC para proceder ao exame pericial de confronto genético para identificação humana criminal solicitado pelo IML de Arapiraca.

De acordo com a perita, no dia primeiro de março deste ano, um corpo do sexo masculino foi encontrado com tiros na cabeça em um canavial na zona rural do município de Campo Alegre. Dias depois, uma mulher compareceu ao IML informando que a vítima seria seu esposo e pai das suas duas filhas, o comerciário Marcelo Tavares da Silva, 29, mas, como a suposta viúva não apresentou documentação comprobatória, foi necessário o exame de DNA.

Para realizar a analise, a perita recebeu dois dentes retirados do cadáver não identificado e dois suabes contendo secreção da mucosa bucal de suas supostas filhas. Como o IC não possui laboratório de Genética Forense, Rosana, realizou o exame no Laboratório de Genética Molecular, Genômica e Proteônica (Gempro), da Universidade Federal de Alagoas, onde ela faz seu curso de doutorado, sob a orientação do geneticista molecular, Professor Doutor Eduardo Ramalho, Ph.D/PD.

De um dos dentes, ela extraiu o DNA por meio do método orgânico e, em seguida, extraiu também o material genético dos suabes das filhas por meio de método específico. Essas amostras foram ampliadas e genotipadas para estudo comparativo. A análise final permitiu à perita determinar a existência de alelos em comum entre o corpo e as crianças, estabelecendo a condição de inclusão de paternidade e confirmando a identidade da vítima como positivo para Marcelo Tavares da Silva.

“A importância desse laudo esta no caráter social dessa identificação, pois, essa vítima foi morta em março deste ano deixando duas filhas menores órfãs e desamparadas. Agora com o resultado positivo, a viúva poderá dar entrada na pensão a que tem direito e oferecer um futuro melhor para as filhas”, afirmou Rosana Coutinho.

A perita informou que, para a solução de outros casos que estão pendentes no órgão, está tramitando na Fundação Universitária de Desenvolvimento de Extensão e Pesquisa (Fundepes), por solicitação da Perícia Oficial, um processo que visa à contratação desse laboratório, enquanto o Instituto de Criminalística implanta o seu próprio laboratório de Genética, o que é uma exigência do Governo Federal para que os perfis genéticos de condenados sejam inseridos no Banco de Dados Federal, conforme prevê a Lei 12.654/2012.

Fonte: Aarão José/Poal

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