Cerca de 22% dos brasileiros vão a pé para o trabalho e a escola, diz levantamento

Meios de locomoção são utilizados para ir ao trabalho ou à escola. 26% dos brasileiros gastam mais de 1 hora por dia em seu deslocamento.

Alagoas24HorasO calçadão e ciclovia Dr. Aurino Malta interliga orla de Jatiúca e Cruz das Almas

O calçadão e ciclovia Dr. Aurino Malta interliga orla de Jatiúca e Cruz das Almas (Foto: Alagoas 24 Horas)

Os principais meios de locomoção dos brasileiros para ir ao trabalho ou à escola são andar de ônibus ou a pé, segundo levantamento encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao Ibope, que foi realizado entre 5 e 8 de setembro, com 2.002 pessoas de 142 municípios brasileiros. O documento sobre mobilidade urbana, entre 2011 e 2014, foi divulgado nesta quarta-feira (14).

Um quarto dos brasileiros [25% dos entrevistados] adota o ônibus como seu principal meio de locomoção para se deslocar para suas tarefas diárias, como trabalho e estudo.

De acordo com a pesquisa, o segundo meio de locomação mais utilizado diariamente é andar a pé. 22% dos entrevistados afirmaram que vão a pé até o seu destino.

Já o automóvel da família é usado como meio de transporte de 19% da população, sendo o terceiro usado com mais frequência, de acordo com a pesquisa da CNI.

Motivos para usar ônibus, carro ou ir a pé

Segundo a entidade, entre os 25% de brasileiros que realizam a maior parte de seus deslocamentos diários em ônibus ou vans fretados, 42% afirmam que o fazem por esse ser o único meio de transporte disponível, 14% por ser o meio com custo mais razoável e 12% por ser o mais rápido.

Entre os 22% de brasileiros que realizam a maior parte de seus deslocamentos diários a pé, 37% afirmam que o fazem por esse ser o meio de locomoção mais rápido para seus destinos.

Segundo a pesquisa, 29% das pessoas que vão a pé dizem que usam este meio por ele ser mais saudável. Outros 19% dizem que este é o único meio de locomoção disponível. O quarto motivo mais citado, por 16,2%, é que a distância percorrida é curta, acrescentou a CNI.

Ao mesmo tempo, mais da metade dos 19% dos que realizam a maior parte de seus deslocamentos diários no automóvel da família (58%) afirma que o fazem por esse ser o meio mais rápido para seus destinos, 20% por ser o mais confortável e 19% por ser o mais cômodo.

Gênero e renda
De acordo com a pesquisa, enquanto as mulheres tendem a adotar como principal meio de locomoção o ônibus (transporte público) ou andar a pé, os homens são mais propensos que elas a usar como principal meio de locomoção o carro da família.

“Quanto menor a renda familiar, maior o percentual daqueles cujo principal meio de locomoção é andar a pé e de ônibus (transporte público). Já os que possuem maior renda familiar tendem a usar como principal meio de locomoção o veículo da família”, acrescentou a CNI.

Idade e municípios menores
Ainda de acordo com a entidade, quanto mais jovens os brasileiros, maior o percentual dos que adotam as motocicletas como principal meio de locomoção, em contrapartida, o aumento da idade leva a uma maior adoção do automóvel da família como meio de locomoção mais usado.

“Os brasileiros que moram em municípios menores são os que mais adotam como principal meio de transporte andar a pé ou de motocicleta, enquanto nos municípios maiores é maior o percentual daqueles cujo principal meio de locomoção é o automóvel da família e o ônibus”, informou a entidade, com base na pesquisa.

Transporte público
De acordo com o levantamento, o percentual de brasileiros que avalia o transporte
público como ótimo ou bom caiu de 39% em 2011 para 24%, uma redução de 15 pontos percentuais em quatro anos.

“Em 2011, 26% consideravam o transporte público como regular, percentual que
cresceu em seis pontos percentuais chegando a 32% em 2014. Já o percentual que avalia o
transporte público como ruim ou péssimo passou de 28% em 2011 para 36% em 2014, um acréscimo de oito pontos percentuais”, informou a Confederação Nacional da Indústria.

A piora da avaliação do transporte público ocorreu principalmente no Sudeste: em 2011, 41% da população avaliavam o transporte público como ótimo ou bom, valor que caiu para apenas 21% da população em 2014, queda de 20 pontos percentuais.

A região Nordeste, ainda segundo a CNI, também apresentou piora expressiva na avaliação do transporte público: o percentual que o avaliava como ótimo ou bom passou de 41% em 2011 para 27% em 2014, queda de 14 pontos percentuais.

As regiões Norte/Centro-oeste e Sul. por sua vez, são aquelas que apresentam menor piora na avaliação de transporte público: em ambas regiões o percentual que avalia como ótimo ou bom caiu 8 pontos percentuais entre 2011 e 2014. Nas regiões Norte/Centro-oeste a avaliação de ótimo ou bom era de 25% em 2011 e caiu para 17% em 2014. Na região Sul a avaliação passou de 39% em 2011 para 31% em 2014.

Problemas do transporte público e como melhorar
Os brasileiros que utilizam transporte público de vez em quando, raramente ou nunca atribuem a baixa utilização principalmente a problemas de capilaridade (dificuldade de acesso em sua região) e frequência (26%) e à lentidão e atrasos frequentes (24%). “Um em cada dez brasileiros alega que o preço do transporte público é um limitador, e outros 8% alegam que o transporte público é desconfortável – é sujo, cheira mal e está sempre lotado, entre outros”, informou a CNI.

Os brasileiros que utilizam transporte público de vez em quando, raramente ou nunca citam como a principal medida para aumentarem a utilização a solução dos problemas de capilaridade e frequência (47%). A segunda medida com maior percentual de citações foi a redução do preço da passagem (28%), apesar de o preço da passagem ter sido citado por apenas 10% dos entrevistados como principal motivo para não usar o transporte público com maior frequência, acrescentou a entidade.

Tempo de locomoção
Ainda segundo a pesquisa, em 2011, 26% dos brasileiros gastavam mais de uma hora por dia em seu deslocamento para suas atividades rotineiras, como trabalho e estudo. Entre 2011 e 2014 esse percentual aumentou 5 pontos percentuais, chegando a 31%, acrescentou.

“Quanto maior o município de residência dos brasileiros, maior o tempo que eles gastam em seus deslocamentos rotineiros para trabalho ou estudo. Dos brasileiros que moram em municípios com até 20 mil habitantes, apenas 16% gastam mais de uma hora em seu deslocamento diário enquanto esse percentual chega a 39% entre os que moram em municípios com mais de 100 mil habitantes”, acrescentou a CNI.

Os brasileiros cujo meio de locomoção mais utilizado é o ônibus público são os que passam mais tempo no trânsito. Nesse grupo, informou a entidade, 22% levam mais do que duas horas, 28% levam entre uma e duas horas e 51% levam até uma hora em seus deslocamentos diários. O segundo grupo com maior período de deslocamento diário é o dos brasileiros que andam principalmente de ônibus/van fretados.

Fonte: G1

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