Delcídio: “Coisa de imbecil; que loucura; que idiota” (diz Lula)

O Instituto Lula negou tais falas do ex-presidente,
Como sói acontecer com todos os políticos.
Mas quem estava presente confirmou.
Lula, num almoço, censurando Delcídio, afirmou:
“Coisa de imbecil, que loucura, que idiota, que burrada”[1].

Qual foi a “burrada” de Delcídio?
“Agora, a hora que ele sair,
Tem que ir embora mesmo.
Mas a saída pra ele melhor
É a saída pelo Paraguai”.

Mais: “Temos que centrar fogo no STF agora,
Eu conversei com o Teori, conversei com o Toffoli,
Pedi pro Toffoli conversar com o Gilmar,
O Michel conversou com o Gilmar também,
Porque o Michel tá muito preocupado com o Zelada.”

Ao mundo exótico e descarado pertence
A tradição da política-empresarial-financista brasileira.
Seja a oligarquia de direita ou de esquerda,
O que mais importa é se arrumar.
Compram tudo e todos.
Lava Jato, até aqui, está sendo exceção.

O Estado patrimonialista foi inventado para isso.
Roubem tudo que puderem,
Pois peixe grande não vai para a cadeia.
Essa sempre foi a crença nacional.

O jornalista maranhense João Francisco Lisboa,
No Jornal de Timon, escrito em meados do século XIX,
Evidencia o mundo sórdido e persistente
Dessa secular roubalheira oligárquica,
Que é nota característica
Também da Ré-pública Velhaca (1985-2015).

Não se condena o companheiro pelo ato de roubar.
É o fracasso revelado na ação que se costuma censurar.
Da convivência se passa à conivência,
Até se chegar à imoral-existência.
Faltando o roubo e o poder,
Vem a crise de abstinência.

Como nos conta o ex-mafioso Louis Ferrante,[2]
Na antiga Esparta os meninos de doze anos,
Para depurar a engenhosidade e as destrezas.
Tinham uma “educação criminal” peculiar.

Numa colina os meninos eram deixados,
Até que a fome se tornasse insuportável.
Nesse dia eram todos mandados para a cidade,
Para roubar e sobreviver. E treinar.

Tinham que ser habilidosos e astutos.
E se fossem surpreendidos em flagrante,
Eram castigados severamente,
Porém, não pelo ato de roubar,
Sim, por fracassar.

{C}[1]{C} http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/11/1711347-tratativas-de-delcidio-nao-tem-relacao-com-o-pt-diz-presidente-do-partido.shtml

[2] Ex-integrante e dirigente da Máfia de Nova York, que depois de uma carreira fulgurante e exitosa, passou mais de 8 anos na cadeia e dela saiu regenerado (para não mais voltar à Máfia). Veja FERRANTE, Louis. Aprenbda de la máfia. Tradução de Juan Castilla Plaza. Buenos Aires: Conecta, 2015, p. 21.

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