MovA promove intervenção artística em solidariedade aos trabalhadores do Mercado do Artesanato

12631435_1566394253646696_3986285737286675523_nNa manhã desta sexta-feira(05), a partir das 10h, o MovA vai promover uma intervenção cultural em solidariedade aos trabalhadores do Mercado do Artesanato da Levada, com a participação de artistas de Maceió. A atividade acontecerá nas instalações do próprio mercado. O movimento convida os artistas e militantes culturais da cidade a colaborarem com a luta pela preservação de um espaço que faz parte da história da capital.

A notícia veiculada nos meios de comunicação de que o prédio do Mercado será leiloado provocou uma comoção pública no meio cultural alagoano. O prédio – que faz parte do patrimônio material do Centro da cidade – foi empenhado como pagamento de uma dívida contraída pela Comurb, órgão da Prefeitura Municipal de Maceió, junto à empresa Pirâmide Construções, no ano de 2003. Por determinação do juiz Aiyrton Tenório, o leilão está marcado para o dia 11/02. O Mercado do Artesanato é hoje um dos pontos turísticos mais visitados dessa região central e espaço de sustentação econômica de quase 300 permissionários (lojistas), que comercializam diferentes produtos.

O Mercado existe há mais de 30 anos, contribuindo com um setor cultural que movimenta a economia do município e envolve uma cadeia ampla de circulação, criação e produção. Intimamente ligado à história do bairro da Levada e da ocupação da baixada lagunar de Maceió e, assim, da própria constituição da cidade, o prédio do segundo Mercado Público de Maceió, atualmente conhecido como Mercado Público do Artesanato de Maceió, foi construído em 1937, na gestão de Eustáquio Gomes de Melo. A inauguração do novo mercado serviria de reforço à destinação comercial que caracterizaria o bairro da Levada, cuja função de lugar de abastecimento da capital ficaria plenamente consolidada nas décadas seguintes. Junto com o novo mercado foi empreendida a reforma da praça em que estava situado, que se tornou informalmente conhecida como Praça do Mercado. Nela, situaram-se diversos outros equipamentos importantes da cidade, como o Cine Ideal e o Bar Gracy. Definitivamente nomeado no ano de 1939 como Praça Emilio de Maya, esse logradouro tornou-se parte do quadrilátero das praças mais importantes de Maceió, junto com a Praça dos Martírios, Praça Sinimbu e Praça Afrânio Jorge, vindo a ser conhecido como um dos cartões postais da capital.

É com a construção do Mercado da Produção e da CEASA, ao final da década de 1970, que o prédio começa a abrigar sua função atual, servindo aos artesãos da cidade. Uma reforma a posteriori descaracterizaria um dos dois prédios originais do complexo, dotando-o de um primeiro andar, mantendo-se a configuração de um dos blocos e da torre do relógio, o que permanece ainda hoje como referência de um importante exemplar arquitetônico da memória maceioense. No entanto, sua maior importância reside, de fato, na imaterialidade das manifestações culturais dos inúmeros produtores que ali se abrigam.

REUNIÃO
O MovA realizou uma reunião com a presença de permissionários (lojistas) do Mercado para compreender o problema e se solidarizar com a causa. Após as suas falas, evidenciou-se a total falta de transparência e comunicação, por parte da Prefeitura, sobre os passos que estão sendo tomados para reverter a determinação judicial. Houve tentativas de mediação com representantes da Secretaria Municipal do Trabalho, Abastecimento e Economia Solidária (Semtabs), da Procuradoria do Município e até de um vereador, Dudu Ronalsa, que é do mesmo partido do prefeito Rui Palmeira. Mas, até o momento, nenhum documento concreto chegou às mãos dos lojistas como prova de que a Prefeitura vai impedir a venda do prédio, assumindo a dívida da Comurb.

Nós, do MovA, repudiamos a venda desse prédio histórico e reivindicamos da Prefeitura de Maceió um posicionamento oficial, transparente e amplamente divulgado sobre as providências que estão sendo tomadas para reverter essa decisão judicial. Se o prédio for leiloado, por conta de uma dívida hoje atualizada em quase um milhão de reais, será a Prefeitura, na sua atual gestão, a única e exclusiva culpada por retirar quase 300 lojistas de um setor de grande impacto econômico na cidade, por colaborar com o aumento nos índices de desemprego do município e por deixar, acima de tudo, centenas de famílias (por volta de 1.000 pessoas) desamparadas.

Fonte: Assessoria

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