Homilia de bispo de Aparecida cita ‘jararacas’ e gera polêmica na web

(Foto: Reprodução/TV Vanguarda)Bispo auxiliar de Aparecida gerou polêmica com sernão

Bispo auxiliar de Aparecida gerou polêmica com
sernão

A homilia de Dom Darci Nicioli, bispo auxiliar de Aparecida (SP), que cita “jararacas” e “vencer o mal pelo bem” causou polêmica na internet. O sermão da missa deste domingo (6) no Santuário Nacional, repercutiu como umapossível analogia ao discurso ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo da mais recente operação da Lava Jato.

O bispo nega a intenção de se referir à Lula, que teria se comparado a uma jararaca durante o pronunciamento na última sexta-feira (4). O ex-presidente disse que se sentiu um “prisioneiro” por ter sido levado coercitivamente para prestar depoimento à Polícia Federal e que “acertaram o rabo da jararaca”, mas “não mataram”.

Dois dias depois das declarações de Lula, o bispo auxiliar de Aparecida e usou o mesmo termo do ex-presidente em sua homilia na celebração no Santuário Nacional.

“Peça, meu irmão e minha irmã, a graça de pisar a cabeça da serpente, de todas as víboras que insistem e persistem em nossa vida, daqueles que se autodenominam jararacas. Pisar a cabeça da serpente. Vencer o mal pelo bem. Por Cristo, Nosso Senhor…”, disse durante o sermão.

Após a repercussão da frase na web, com o vídeo compartilhado nas redes sociais, o bispo afirmou que se referia sobre a necessidade de ‘expurgar todo o mal’ e que não há relação nas palavras com as investigações sobre o ex-presidente Lula.

“Não era a intenção, mas não ficou ruim. Poderia ter sido uma jiboia, uma jararacuçu, por acaso saiu jararaca. Não é ruim. O que me interessa é que as pessoas entendam o quão fundamental é vencer o mal pelo bem”, afirmou por telefone. O vídeo da homilia foi retirado do ar na página da TV Aparecida no Youtube – a emissora preferiu não fornecer o vídeo ao G1.

O bispo ainda defendeu as investigações. “A Operação Lava Jato no meu entender demonstra que as instituições estão funcionando. E no jogo democrático, todos devemos ganhar com isso. Ninguém pode viver ao arrepio da lei. É importante que todo esse trabalho do judiciário e Polícia Federal continuem”, afirmou.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi procurada, por meio da assessoria de imprensa, e não se manifestou sobre o assunto até a publicação desta reportagem.

Lava Jato
A Polícia Federal (PF) começa a analisar nesta segunda-feira (7) os documentos e materiais apreendidos na 24ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na sexta-feira (4).

A ação teve como alvo principal o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele prestou depoimento aos delegados por cerca de três horas durante o cumprimento de um mandado de condução coercitiva.

Entre os materiais apreendidos estão computadores, celulares e outras mídias. Parte deles foi encontrada no Instituto Lula, em São Paulo, no triplex em Guarujá, no sítio em Atibaia e no próprio apartamento de Lula, em São Bernardo do Campo.

Os materiais passarão por  perícia na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, onde a Lava Jato é coordenada. À RPC, a PF informou que alguns materiais já começaram a ser analisados no sábado (5).

A atual fase foi batizada de Aletheia e cumpriu 33 mandados de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva. O ex-presidente considerou arbitrária a medida e disse que “se sentiu prisioneiro”. As medidas foram autorizadas pelo juiz Sérgio Moro, que também emitiu nota sobre o assunto neste sábado (5) afirmando que elas “não significam antecipação de culpa”.

O objetivo da investigação é levantar provas de que o ex-presidente possa ter sido beneficiado diretamente com os esquemas de desvios de recursos da Petrobras, descoberto pela Lava Jato.

Ainda no sábado, os procuradores afirmaram que houve uma “falsa controvérsia sobre a natureza e circunstâncias da condução coercitiva” de Lula, e que a discussão é apenas “cortina de fumaça sobre os fatos investigados”.

Além de Lula, também foram alvos das buscas e apreensões três filhos do ex-presidente e pessoas próximas a ele, como o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e a assistente Clara Ant. Houve mandados ainda contra sócios dos filhos de Lula e membros das construtoras Odebrecht, OAS e UTC.

Lula disse que só sairia algemado
O delegado da PF Luciano Flores, que conduziu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para prestar depoimento a investigadores da Lava Jato informou ao juiz Sérgio Moro no domingo (6) que Lula disse que só sairia do apartamento algemado.

Ele só aceitou acompanhar os policiais, segundo o delegado, após ser aconselhado pelo advogado. Desta forma, conforme a PF, houve o cumprimento do mandado de condução coercitiva expedido pela Justiça Federal no Paraná.

Ao expedir os mandados de busca e apreensão, Sérgio Moro fez constar que o mandado de condução coercitiva só deveria ser utilizado caso o ex-presidente se recusasse a acompanhar a PF espontaneamente. O juiz ainda afirmou que “em hipótese alguma”, Lula deveria ser algemado ou filmado durante o processo.

De acordo com o delegado, a PF chegou às 6h à casa do ex-presidente, em São Bernardo do Campo. O próprio Lula abriu a porta e, segundo Luciano Flores, autorizou de imediato que os policiais entrassem para cumprir mandado de busca e apreensão. Neste momento, segundo o delegado, foi solicitado a Lula que eles deixassem o local o mais breve possível para a colheita do depoimento antes da chegada da imprensa, ou pessoas que pudessem filmar o ato.

“Naquele momento, foi dito por ele [Lula] que não sairia daquele local, a menos que fosse algemado. Disse ainda que se eu quisesse colher as declarações dele, teria de ser ali” relatou Luciano Flores. O delegado afirmou que não seria possível fazer a oitiva ali por questões de segurança, e que havia um local preparado para o ato, no aeroporto de Congonhas.

“Disse ainda que, caso ele se recusasse a nos acompanhar naquele momento para o Aeroporto de Congonhas, eu teria que dar cumprimento ao mandado de condução coercitiva que estava portando, momento em que lhe dei ciência de tal mandado”, explicou Luciano Flores.

O delegado disse que, então, Lula entrou em contato telefônico com o advogado Roberto Teixeira, relatando a situação. “Logo depois de ouvir as orientações do referido advogado, o ex-Presidente disse que iria trocar de roupa e que nos acompanharia para prestar as declarações”, relatou.

Fonte: G1

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