Trabalhadores avulsos do Porto reclamam que foram esquecidos

Izabelle Targino/Alagoas24horasRepresentantes dos sindicatos dos trabalhadores avulsos

Representantes dos sindicatos dos trabalhadores avulsos

O fechamento do Porto de Maceió, devido à greve dos policiais civis, vem causando prejuízos também a uma categoria, até então, esquecida pelo poder público e sociedade: os trabalhadores avulsos do Porto. A categoria, composta por 800 trabalhadores e representados pelos Sindicatos dos Estivadores, Vigias Portuários, Conferentes e Consertadores, Trabalhadores Portuários e o setor de Operação portuária, estão desde o último dia 26 – quando o Porto foi fechado – sem trabalhar. Isso significa que estão parados e sem dinheiro, já que recebem por produção com a carga e descarga de navios.

Durante entrevista concedida à imprensa na sede do OGMO (Órgão Gestor de Mão de Obra do Trabalho Portuário Avulso do Porto Organizado de Maceió), os representantes dos sindicatos explicaram de que forma atuam esses trabalhadores e a situação que estão vivendo esses dias. “Todo mundo falando da preocupação com o setor de combustíveis, com a falta de acesso ao Porto, dos prejuízos ao Estado, mas estão esquecendo dos trabalhadores, que só recebem dinheiro se trabalharem embarcados em algum navio”, explicou Francisco Porcino, o diretor executivo da OGMO, empresa que aglutina os sindicatos.

O presidente do Sindicato dos Estivadores, João Epifânio, lembra que o último trabalho que apareceu para esta categoria foi dia 21, com a chegada de um navio de carga. Em seguida o porto foi fechado e eles não tiveram como descarregar os produtos que chegaram nos dois outros navios, que continuam ancorados. “Temos dois navios ancorados, com mais de nove toneladas de fertilizantes e não tem como descarregar porque os caminhões não podem entrar. Desde o dia vinte e seis, quatrocentos e oitenta trabalhadores estão deixando de atuar por dia. E como eles só recebem se trabalharem, estão ficando sem remuneração e isso é muito grave. Além disso, eles precisam ir ao Porto para a chamada, porque cada um tem um número e o trabalho é feito em escala. Então, além de não receberem, eles estão gastando para não trabalhar”, explicou João Epifânio.

Sindpol/ALEm greve, policiais civis impedem acesso ao Porto de Maceió

Em greve, policiais civis impedem acesso ao Porto de Maceió

Outros Casos

No caso dos trabalhadores do porto e dos vigias portuários, a situação é um pouco diferente, mas não menos preocupante. De acordo com presidente do Sindicato dos Trabalhadores Portuários, que são aqueles funcionários vinculados ao Porto, a greve não afeta os salários, mas eles deixam de receber as horas extras. É o caso também dos vigias, que diferente dos demais, trabalham com todos os tipos de navios, menos os de passageiros, mas também estão prejudicados.

“Nós temos uma tabela fixa. Pelo dia é um valor, a noite outro, e final de semana dobra. Mas não estamos podendo trabalhar e, no final, também teremos prejuízos. O pleito dos policiais civis, na ótica deles tá correta, mas não podem atrapalhar o direito de ir e vir. Eles têm as reivindicações deles e, bem ou mal, no final do mês vão receber os salários. E nós?”, questionou o presidente do Sindicato dos Vigias Portuários, Neilton Barbosa.

Fama Negativa

O operador portuário André Macena Filho, ressaltou que manifestações como esta, com direito a fechamento do Porto, acabam refletindo negativamente em outros Estados e impactam na economia. Isso porque não é a primeira vez que uma categoria insatisfeita com o Governo bloqueia a entrada do Porto, causando prejuízos aos setores. “Os empresários já oneram o valor do frete ao saber que um navio vai desembarcar em Maceió”, revela.

De acordo com ele, cada navio que fica parado e passa do prazo de carregar ou descarregar gera uma multa diária. “Nós estamos com queda de faturamento há alguns anos e quando estamos trabalhando uma maneira de melhorar, o Porto é fechado. Um exemplo ocorreu recentemente quando representantes de uma empresa, que estavam escolhendo entre os portos de Maceió, Barra dos Coqueiros e Sergipe, vieram fazer uma visita e se depararam com o Porto fechado ”, completou. 

 

 

 

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