(Foto: Joyce Heurich/G1)
Depois de vender muito sanduíche e receber apoio de desconhecidos que colaboraram por meio de uma vaquinha online, o estudante gaúcho Tales Cauim de Oliveira Aires, de 22 anos, já pode contar os dias para fazer as malas. Em setembro, ele vai realizar seu sonho e embarcar para Portugal, onde vai cursar serviço social na universidade de Algarve.
Tales mora no bairro Glória, na Zona Sul de Porto Alegre, com a mãe e a irmã caçula. Ele foi aceito pela instituição portuguesa por meio da nota alcançada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Desde então, o jovem ralou para conseguir arrecadar o dinheiro necessário para bancar a passagem para a Europa, além dos gastos iniciais com estadia e alimentação.
Desempregado, Tales vende sanduíches para garantir seu sustento. Graças a uma vaquinha online, ele conseguiu atingir neste domingo (21) a meta para realizar seu sonho. No total, foram arrecadados R$ 8.226. Ainda há uma quantia a ser confirmada.
“É felicidade pura. Me orgulho por saber que o brasileiro de verdade, aquele que apoia o sonho do próximo, não morreu. A grande maioria das doações foi feita por pessoas de baixa renda e de menos de R$ 200. A maioria das doações foi entre R$ 10 e R$ 50. São pessoas pobres que, mesmo assim, quiseram me ajudar”, afirma Tales.
Tales recebeu até ajuda de pessoas de outros países, como Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos. Em duas semanas, o dinheiro arrecadado deve ser disponibilizado ao estudante. A primeira providência será comprar a passagem e, aos poucos, ajustar tudo para a viagem.
O sonho de cursar serviço social surgiu ainda na infância. Quando tinha 11 anos, Tales tinha acompanhamento de uma assistente social, já que a família dependia de programas do governo para o sustento.
Depois de formado, espera voltar ao Brasil para exercer a profissão. “A família está toda feliz, minha mãe está emocionada. A expectativa agora é chegar em setembro em Portugal com tudo, começar os meus estudos, me dedicar bastante e me formar em serviço social, que é o que amo. Depois, quero voltar ao Brasil para trabalhar. Assim como o serviço social me ajudou quando precisei, quero ajudar as outras pessoas também”.
