Áudio comprova que MBL “articulava” com legendas pelo impeachment

Movimento que se dizia voluntário e apartidário era financiado por partidos da oposição.

Reprodução/Facebook Eduardo CunhaIntegrantes do MBL em encontro com o afastado presidente da Câmara e réu na Lava Jato, Eduardo Cunha

Integrantes do MBL em encontro com o afastado presidente da Câmara e réu na Lava Jato, Eduardo Cunha

O vazamento do áudio de um dos coordenadores do Movimento Brasil Livre (MBL) comprova que a entidade – que se dizia apartidária – ‘costurava’ com partidos da oposição pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

No áudio, Renan Antônio Ferreira dos Santos, coordenador do MBL, afirma que o movimento ‘fechou’ com o PSDB, DEM e PMDB. O áudio se refere à divulgação de um ato planejado para o dia 13 de março de 2016. O presidente da Juventude do PMDB confessou que teria solicitado ao presidente da Fundação Ulysses Guimarães o custeio de 20 mil panfletos com a frase ‘Esse impeachment é meu’, lema do MBL. A assessoria de Moreira Franco, atual secretário-executivo do PPI (Programa de Parcerias e Investimentos) do governo interino e ex-ministro da Aviação Civil do governo Dilma, disse em primeiro momento que Moreira não se recordava se teria pago ou não pela impressão. Em seguida, a assessoria negou o pagamento e afirmou que Moreira e o PMDB nunca trabalharam em parceria com o MBL.

O Solidariedade afirma que o apoio foi com a convocação da militância para as manifestações e carro de som. O DEM diz que atuou junto com o MBL, mas nega financiamento de qualquer natureza.

Ainda no áudio, Santos afirma que a força sindical, por meio de Paulinho – em referência à Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força e atual presidente da central sindical Força Sindical e liderança do partido Solidariedade – cederia a ‘máquina’ (partidária) para a divulgação do ato programado para o dia 13. As caravanas também contavam com o aluguel de ônibus e lanches para os ‘manifestantes’. Santos – filiado ao PSDB de 2010 à 2015 – deixa clara a relação de proximidade do movimento com partidos oposicionistas e afirma que o MBL está “costurando com todos eles pra ter o impeachment” (sic).

Em outro áudio, de fevereiro de 2016, o secretário de Mobilização da Juventude do PSDB no Rio, Ygor Oliveira, trata de uma parceria com o MBL para financiar uma mobilização no dia 11 de maio em Brasília – quando da votação pelo afastamento da presidente no Senado. Oliveira fala que o áudio era “o rascunho de uma parceria que acabou não dando certo”.

Os dois áudios foram publicados com exclusividade pelo Portal Uol. Ouça áudio de Renan Santos:

Eleições
O MBL pretende levar às urnas mais de 200 candidatos em 15 estados. A informação é do Jornal Folha de São Paulo que em janeiro de 2016 entrevistou um dos líderes do MBL de São Paulo, Fernando Silva, conhecido como Fernando Holiday e que anunciou candidatura a vereador de São Paulo.

MBL
Criado em 2014, o MBL se intitulava uma entidade civil apartidária que tinha como objetivo combater a corrupção. Hoje, em sua página social, o MBL se declara ‘suprapartidário’. As contribuições financeiras vinculam o grau de participação do doador com o movimento.

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