PM acusado de matar agente penitenciário descumpre decisão, afirma juiz

Descoberta aconteceu durante audiência de instrução realizada na tarde desta segunda-feira (30)

Dicom TJJuiz Jhon Silas

Jhon Silas

O pai do agente penitenciário  Joab Nascimento de Araújo Junior – morto em maio de 2015 durante uma abordagem do Bope – entregou nesta segunda-feira, 30, ao juiz titular da 8ª Vara Criminal da Capital, John Silas, documentos que comprovam que o cabo J. Neto, apontado como responsável pelo crime, estaria exercendo a função ilegalmente. Isso porque a justiça determinou, ainda em maio, que o militar se mantivesse afastado do serviço ostensivo. 

A descoberta ocorreu durante a audiência de instrução, no Fórum Estadual, no Barro Duro. O pai da vítima, Joab Nascimento de Araújo, entregou os documentos ao magistrado, que se mostrou surpreso. “Já havia uma determinação para que o cabo saísse das ruas e trabalhassem atividades administrativas desde quando ocorreu o fato. Me surpreendeu o ver atuando ostensivamente com o Bope nas ruas, inclusive armado. Então eu determinei hoje que fosse cumprida a determinação judicial. Para mim causou muita estranheza uma determinação judicial que não foi, até agora, observada pelo Comando da Polícia Militar e nem pelo próprio advogado do acusado”, declarou o magistrado, em entrevista à Rádio Pajuçara FM.

Já o advogado do acusado, Napoleão Junior, garante que seu cliente não está descumprindo ordem judicial porque não chegou a recebê-la. “Meu cliente não recebeu nenhuma determinação do comandante para que ficasse afastado das ruas e nem de portar armas. Nós fizemos questão de mencionar ao magistrado, que determinou hoje que nosso cliente fosse tirado nas atividades das ruas. Não houve descumprimento”, disse o advogado.

Audiência de Instrução

Marcada para esta segunda, a audiência de instrução ficou prejudicada, já que apenas uma, das três testemunhas arroladas, compareceram à audiência. De acordo com o juiz John Silas, as outras duas não foram localizadas pelos oficiais de justiça.

“A certidão que tenho dos oficiais é que as outras duas testemunhas arroladas haviam mudado de endereço. Entretanto, soube agora soube através da assistente de acusação que estas testemunhas faltosas foram ouvidas administrativamente na Corregedoria da Polícia. Então eu estou pedindo a decisão de lá para ver o endereço delas e mandar intimá-las para o dia 4 de julho, quando ocorrerá a nova audiência”, explicou o magistrado.

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