MEC preenche apenas 2,5% de vagas ociosas no ensino superior público

Programa para sanar formação de professores fracassou; grupo vai avaliar. Ideia é criar um Sisu para facilitar a transferência acadêmica; não há prazo.

Eduardo Saraiva/Secretaria de EducaçãoSecretária-executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, em foto de arquivo

Secretária-executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, em foto de arquivo

A secretária-executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, afirmou nesta segunda-feira (30) que a pasta vai reavaliar as tentativas feitas neste ano para preencher as vagas ociosas em universidades federais. Das 120 mil oportunidades em aberto, apenas 3 mil foram preenchidas desde março – 2,5% do total, segundo dados informados pela gestora. O “fracasso” da iniciativa será estudado.

“[A seleção] Já foi aberta duas vezes, mas não houve preenchimento adequado. O Sisu [Sistema de Seleção Unificado] de Vagas Remanescentes vai ser aberto posteriormente. Há previsão para julho, após uma reunião com as universidades federais para identificar a razão do preenchimento aquém do esperado”, disse Maria Helena.

As regras do “Sisu Vagas de Remanescentes”, chamado por ela de “Sisu-VR”, não foram detalhadas. A ideia do programa foi anunciada pelo ex-ministro Aloizio Mercadante em dezembro, quando o Censo da Educação Superior identificou cerca de 140 mil vagas ociosas públicas, em instituições federais e estaduais.

“Logo que o ministro anterior [Mercadante] falou no Sisu de vagas remanescentes, o objetivo era ter um sistema que realmente usasse as vagas ociosas das universidades, de forma que os alunos pudessem ir de uma instituição para outra, ou trocar para um curso afim. Engenharia elétrica para engenharia mecânica, por exemplo”, diz Maria Helena.

A secretária-executiva afirma que a mobilidade acadêmica no país vem sendo prejudicada pela burocracia. Em muitos casos, alunos que trocam de turno, curso ou instituição de ensino têm dificuldade para validar os créditos que já foram obtidos e acabam atrasando o prazo de formatura.

“Quando foi aberto, isso foi considerado uma coisa muito positiva porque obviamente demonstrou-se uma intenção de favorecer os alunos que querem mudar, sair, ou que precisam reconhecer créditos. A intenção foi positiva, mas a abertura das vagas não está sendo preenchida e nós não sabemos o motivo. Pedimos informações, há uma preocupação”, diz a gestora.

Tentativa anterior
Nos moldes em que foi proposto pelo ex-ministro Mercadante, o Sisu de vagas remanescentes nunca saiu do papel. Segundo o MEC, as “tentativas anteriores” citadas pela secretária se referem a um programa similar, o Rede Universidade Para Professores.

Ele surgiu em março, e foi criado para complementar a formação de professores efetivos das redes municipal e estadual que não atuam na sua área de formação. Segundo o Censo Escolar de 2015, 52,8% dos professores brasileiros não têm a qualificação necessária para as aulas que aplicam diariamente.

Foram oferecidas 105 mil vagas em pedagogia e cursos de licenciatura em áreas como letras, matemática e geografia, mas a adesão não correspondeu ao esperado pelo ministério. O MEC não soube explicar ao G1 se o número de “3 mil adesões” citado por Maria Helena Guimarães se refere apenas ao programa ou se inclui alguma outra iniciativa.

Fonte: G1

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