Ministério anuncia compra de 35 mil medicamentos contra hepatite C

Nova campanha do governo foca em pessoas com mais de 40 anos.

Ministro Ricardo Barros fala a jornalistas após anunciar dados sobre combate à hepatite C (Foto: Gabriel Luiz/G1)Ministro Ricardo Barros fala a jornalistas após anunciar dados sobre combate à hepatite C (Foto: Gabriel Luiz/G1)

O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira (28) a compra de 35 mil medicamentos contra hepatite C. O custo não foi informado e não há estimativa de quando os remédios estarão disponíveis. Esta é a segunda leva de aquisição dos remédios. Segundo a pasta, 22.899 pessoas foram tratadas com 31,8 mil unidades de medicamentos contra a doença desde outubro de 2015.

De acordo com o ministério, pelo menos 152,7 mil pessoas foram diagnosticadas com hepatite C desde 2000. A estimativa, no entanto, é que a doença afete 1,4 milhão de brasileiros. O número é resultado de projeções matemáticas sobre o assunto.

Segundo o ministro Ricardo Barros, o estoque é suficiente para atender toda a demanda. Ele minimizou as crítica de estados relatando atraso na distribuição dos medicamentos. “A situação está sendo regularizada. O que houve foi um atraso na transição do governo.”

O tratamento para hepatite é feito com os medicamentos simeprevir, sofosbuvir e daclastavir. Eles são administrados por 12 semanas, renováveis por mais 12.

Segundo a diretora do departamento do ministério que trabalha na prevenção a DSTs, Aids e hepatites virais, Adele Schwartz, a eficiência dos medicamentos é de 95%. Ela também afirmou que os estados e municípios devem ter o cuidado de notificar o ministério sobre casos da doença. “A vigilância precisa ter uma ação entre profissionais de saúde para estimular a notificação”, declarou.

O músico Gilson Peranzzetta usou os remédios. “Quando tinha 19 anos, sofri um acidente no Exército e fui contaminado na transfusão de sangue. Fiquei 50 anos com a doença”, contou. “A alegria que fiquei depois de me curar é que minha música mudou de som sem essa espada na minha cabeça e com essa gratidão enorme.”

Campanha de prevenção
Para o Brasil ter mais noção do impacto da doença, o ministério iniciou nesta quinta a campanha de prevenção às hepatites, focando na população com mais de 40 anos – parcela que registra a maior incidência de infecções. Em geral, são pacientes que foram contaminados quando submetidos a cirurgias de grande porte, transfusões de sangue, fizeram tatuagem ou usaram drogas injetáveis antes de 1993.

A hepatite C é uma doença viral que leva à inflamação do fígado. Raramente desperta sintomas. Muitos dos pacientes só descobre décadas depois quando aparecem os sintomas de doença avançada do fígado. A transmissão ocorre por meio de contato com sangue contaminado.

Fonte: G1

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