Cardozo diz que Dilma pode estar presente durante julgamento no Senado

Lula Marques/ AGPT1

Cardozo entregou as alegações finais da defesa ao Senado nesta quinta-feira (28). Ele já havia pedido um prazo maior e, ainda assim, aproveitou até o último minuto. O documento, com 500 páginas, é a última cartada para tentar convencer os senadores a votarem contra o impeachment na Comissão de Constituição e Justiça.

Cardozo reiterou que não há provas contra a presidente Dilma e afirmou que ela pode ir pessoalmente ao senado no julgamento final, se houver. “As provas apresentadas ‘arrebentam’ com a acusação. Se vocês pegarem todas as testemunhas, elas mostram que não há como manter em pé essa acusação”, declarou.

A senadora Gleisi Hoffman, do PT, disse que vai apresentar um voto em separado ao do relator Antonio Anastasia, além de dois requerimentos – um solicitando a presença de procurador do Ministério Público, que disse que não há crime nas pedaladas fiscais. O outro pedindo que as pedaladas sejam retiradas do processo. “Ou seja, que este pedido não conste como acusação, já que não configura crime”, enfatizou a senadora.

Já o senador Cassio Cunha Lima, do PSDB, declarou que a presidente Dilma é “medalha de ouro em pedaladas”, em referência às Olimpíadas.

Julgamento do impeachment durante os Jogos Olímpicos

A cerimônia de abertura dos jogos será no próximo dia 5 de agosto. No dia anterior, a Comissão de Constituição e Justiça vai votar o parecer do senador Antonio Anastasia, que vai avaliar se a presidente cometeu ou não crime de responsabilidade.

No dia da abertura dos jogos, o parecer será lido no plenário e no dia 9 de agosto vai a julgamento. Se rejeitado, será arquivado. Se aprovado, a presidente Dilma passará por um julgamento definitivo no fim de agosto.

Enquanto Dilma aguarda o resultado do impeachment, o presidente em exercício Michel Temer vai assistir de camarote com a família a abertura dos Jogos Olímpicos no Rio. No evento, ele fará uma declaração bem curta, para evitar vaias, como ocorreu com Dilma na Copa do Mundo de 2014. Nem Dilma nem o ex-presidente Lula vão ao evento.

Cronograma do impeachment

Segundo o senador Ricardo Ferraço, do PSDB, a Olimpíada não deve atrasar o cronograma do impeachment. Ele aposta num placar de 16 a 5 pelo afastamento da presidente Dilma na Comissão de Constituição e Justiça. Já no plenário, acredita que entre 62 e 65 dos 81 senadores votarão pelo impeachment.

Para a senadora Ana Amélia, do PP, assim como a Copa do Mundo em 2014 não comprometeu a campanha eleitoral, agora a Olimpíada não vai interromper os trabalhos no Senado. Ela disse estar a cada dia mais convencida de que o processo do impeachment não tem volta.

Fonte: RFI

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