Polícia e MPE realizam reconstituição simulada da morte do capitão Rodrigues

Militar foi morto em abril deste ano quando subiu no muro da casa de um corretor de imóveis armado

Arquivo PessoalCapitão Rodrigo Rodrigues

Capitão Rodrigo Rodrigues

A reprodução simulada que visa esclarecer a morte do capitão da Polícia Militar, Rodrigo Rodrigues, que faleceu após uma abordagem policial realizada a uma casa, no bairro de Santa Amélia, em abril deste ano, está marcada para acontece no próximo dia 31 deste mês.

A reconstituição, marcada por polêmica, será acompanhada de perto pelo promotor titular da 49ª Promotoria de Justiça da Capital, José Antônio Malta Marques.“Solicitamos a reprodução simulada para que possamos esclarecer algumas dúvidas de natureza técnica com relação aos tiros e, claro, para fortalecer as provas que já constam nos autos da ação penal”, explicou ele.

José Antônio Malta Marques é o autor da denúncia contra o corretor de imóveis Agnaldo Lopes de Vasconcelos ,que teria disparado contra o agente da segurança pública. Para que o trabalho possa ser realizado de forma que possa chegar o mais próximo possível do momento do homicídio, o promotor solicitou ainda a presença do réu.

A reconstituição vai ocorrer no dia 31 de agosto, uma quarta-feira, no loteamento Jardim Petrópolis II, bairro Santa Amélia, às 19h. Além do Ministério Público e do acusado, também participarão as Polícias Civil e Militar, o Instituto de Criminalística, testemunhas e atores que foram convidados para atuar como figurantes da cena do crime.

A acusação

Em maio último, a 49ª Promotoria de Justiça da Capital denunciou Agnaldo Lopes de Vasconcelos por homicídio qualificado e pediu a condenação do denunciando, que teria atirado no policial por, supostamente, vê-lo escalando o muro da sua casa.

Segundo o promotor de Justiça José Antônio Malta Marques, o homicídio é qualificado por ter como vítima um policial militar no exercício da função, conforme prevê o Código Penal Brasileiro. Para o representante do MPE/AL, a autoria está confirmada mediante os depoimentos prestados pelas testemunhas e declarantes nos autos, sobretudo a confissão do próprio réu. “Já a materialidade delitiva está comprovada por meio do laudo do exame cadavérico, corroborada pelas demais provas constantes no inquérito policial”, disse ele.

O crime ocorreu na noite do dia 9 de março, na casa de Agnaldo Lopes, localizada no loteamento Jardim Petrópolis II, bairro Santa Amélia, em Maceió, quando o militar buscava recuperar um aparelho celular roubado. Naquela data, desenvolvia-se em toda a capital a operação policial “Saturação”, que visava coibir a prática de assaltos, motivo pela qual a vítima foi acionada com sua guarnição para prender o autor do roubo do objeto, bem como recuperar e entregá-lo de volta ao dono.

Segundo o inquérito policial, o celular tinha um aplicativo antifurto, com função de rastrear o eletrônico por meio de GPS. O geolocalizador registrou como última localização do aparelho uma área com raio de cinco metros, onde se encontrava a casa do denunciando. Acompanhado pela guarnição e pela vítima do roubo, o capitão Rodrigo Rodrigues bateu à porta da residência de Agnaldo Lopes e identificou-se como policial, pedindo para entrar.

Diante da negativa do residente, o militar subiu ao muro da casa, no momento em que foi surpreendido com dois tiros de arma de fogo, vindo cair para o lado externo da casa. A guarnição prestou socorro de mediato, mas o capitão não resistiu aos ferimentos e veio a falecer no Hospital Geral do Estado.

A Polícia Civil apurou, posteriormente, que o roubo do aparelho celular foi praticado por Ronaldo Paiva de Amorim Júnior e José Romão da Silva Júnior. Este último mora numa casa próxima da residência do denunciando, dentro do raio de cinco metros apontado pelo geolocalizador.

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