Cajueiro e Teotônio Vilela são contemplados com cinema gratuito do Cine Sesi neste final de semana

Projeto leva cinema de qualidade a 20 cidades do interior

Boa parte das cidades brasileiras, nas regiões metropolitanas ou no interior, perdeu o charme de assistir aquele filme no final de semana dentro de uma sala de cinema. Hoje, as projeções acontecem nos shoppings e em alguns raros espaços que ainda resistem. No mais, boa parte já virou igreja, academia de ginástica, sorveteria e até açougue. Mas, ao menos de julho a setembro, a população de 20 municípios alagoanos volta a sentir o prazer de ver um bom filme na praça principal. O Cine Sesi Cultural estará rodando o Estado com três longas-metragens e outros três curtas-metragens. Além de promover oficinas de “stop-motion” em algumas delas.

“Queremos ir além da formação de plateia. Estamos plantando sementes e quem sabe, criar futuros trabalhadores da indústria do áudio-visual”, afirma Lina Rosa Vieira, curadora da iniciativa, que já rodou quase 700 cidades de 12 estados brasileiros, nos últimos 15 anos.

O projeto segue para Cajueiro e Teotônio Vilela, desta sexta-feira (26) até do domingo (28). É a 11ª edição do Cine Sesi no Estado, envolvendo mais de 80 municípios e alcançando um público de mais de 820 mil pessoas.

As sessões gratuitas em Cajueiro serão no Pátio do Lengo Tengo e as exibições em Teotônio Vilela serão no Espaço Multieventos. O Cine Sesi Cultural é realizado pelo SESI e idealizado pela diretora de criação Lina Rosa Vieira.

Em 2016, o projeto está completando 15 anos, em uma tarefa árdua porque o processo de extinção das salas de projeção de rua foi devastador. Os motivos são os mais variados: a expansão da TV aberta ao longo das décadas de 1970 e 1980, o VHS (que já morreu), o DVD (que está moribundo). Mais recentemente, a chegada de TV por assinatura e até questões de segurança pública, fazendo com que as pessoas prefiram ficar em casa.

“Em muitas dessas cidades, as pessoas estão tendo essa experiência pela primeira vez. A própria distribuição dos filmes sempre foi difícil. As salas foram ficando inviáveis financeiramente e acabaram fechando as portas”, observa Lina Rosa Vieira.

Nesse sentido, o Cine Sesi também reafirma o direito à ocupação do espaço público pela população, já que as sessões acontecem em praças e pátios.

O PROJETO
Lina Rosa explica que o Cine Sesi busca equiparar a experiência cinematográfica do público da capital e do interior. “Estamos levando para o interior equipamentos de projeção e de som equivalentes aos que as pessoas que moram nos grandes centros urbanos experimentam quando vão ao cinema”, explica. São projetores de alta resolução e sonorização compatível. “Nos empenhamos para que a experiência seja rica, que deixe um gostinho de quero mais nas pessoas e uma possibilidade de surgimento ou reabertura de um novo cinema. ”.

Outro desafio, segundo a idealizadora, é montar uma programação que cative o público. As exibições acontecem na praça principal da cidade, onde são colocadas cerca de 500 lugares e, inclusive, tapete vermelho e pipoca quentinha, feita na hora. “Não pode faltar nada”, brinca Lina Rosa.

Nesta edição, serão exibidos os curtas metragens Retirantes, Guida e Salu e o Cavalo Marinho. E os longas exibidos serão O Menino no Espelho, Que Horas Ela Volta e Divertida Mente.

A escolha dos longas é pautada pelas seguintes exigências: filmes com bom padrão de qualidade técnica e de conteúdo, tendo a sexta-feira como espaço para a comédia, o sábado voltado para a reflexão e o domingo para o encontro da família; filmes que fazem parte da produção de cinema nacional prioritariamente ou que valorizem profissionais brasileiros; filmes que caibam na indicação de todas as idades (levando em consideração o fato de as exibições serem ao ar livre, filmes indicados para o público acima de 14 anos não podem ser selecionados); filmes que priorizem não somente o divertimento dos espectadores, mas a formação de plateias inteligentes; por fim, filmes que estejam liberados para as projeções do Cine Sesi.

OFICINAS DE ANIMAÇÃO
Mas o Cine Sesi não trata apenas de exibir filme. O projeto também leva oficinas de cinema de animação para algumas cidades contempladas no projeto. Os curtas produzidos pelos alunos são exibidos na telona, na sua cidade e em outras. Em Alagoas, as duas oficinas previstas já aconteceram em Coruripe e em São Miguel dos Milagres.

HISTÓRICO
O ​Cine Sesi Cultural é um projeto patrocinado pelo ​SESI​. Já passou por mais de 690 cidades, algumas delas mais de uma vez, do interior de 12 estados do País, atingindo aproximadamente cinco milhões pessoas desde 2002 até hoje. Gente que, na sua grande maioria, nunca tinha visto cinema na vida. O acesso às projeções é sempre gratuito.

SERVIÇO:

CINE SESI CULTURAL 2016
Local: Cajueiro e Teotônio Vilela
Data: 26 a 28 de agosto de 2016, a partir das 18h.

FILMES:
Curtas
Sex: Retirantes
Sáb: Guida
Dom: Salu e o Cavalo Marinho
Longas
Sex: O Menino no Espelho
Sáb: Que Horas Ela Volta
Dom: Divertida Mente

RESUMOS DOS FILMES

CURTAS METRAGENS
RETIRANTES
O filme conta a história de uma mulher que vaga por terras áridas e despovoadas sem ter como alimentar o seu filho. A ambientação se dá no uso de elementos peculiares à realidade do agreste. Uma procissão que reza por auxílio, calangos, solo rachado e uma bandinha de pífanos são alguns dos componentes desse sensível olhar lançado sobre as dificuldades e idiossincrasias de um povo tão sofrido, mas com uma cultura tão rica. A animação gaúcha de 2010 é dirigida por Maíra Coelho e dura 13 minutos.

GUIDA
Uma doce senhora que há 30 anos trabalha no fórum da cidade, tem sua rotina entediante modificada ao se deparar com um anúncio para aulas de modelo­Vivo em um centro cultural. Classificação: 12 anos.

SALU E O CAVALO MARINHO
O filme conta a história de Mestre Salustiano, um dos artistas populares mais famosos do Brasil. Filho do rabequeiro João Salustiano, Salu logo cedo sonha em participar de um grupo de Cavalo Marinho, folguedo típico da região onde mora. A animação de Recife de 2014 é dirigida por Cecília Da Fonte e dura 13 minutos, com classificação livre.

LONGAS­ METRAGENS

O MENINO NO ESPELHO
Aos​ 10 anos, Fernando (Lino​ Facioli​) está cansado de fazer as tarefas chatas da vida. Seu sonho era ter clone, para que ele pudesse aproveitar o lado bom da vida, enquanto seu sósia cuidasse das tarefas. Um dia, é exatamente isto que acontece, quando o reflexo de Fernando deixa o espelho e ganha vida. A paulista de 2014 é dirigida por Guilherme Fiúza Zenha, dura 90 minutos e tem classificação livre

DIVERTIDA MENTE
Dentro da cabeça de uma menina de 11 anos, as emoções Alegria, Medo, Raiva, Nojinho e Tristeza entram em conflito. Resultado: uma aventura cheia de mudanças e surpresas na descoberta do melhor jeito de viver num novo lugar. Classificação: livre.

Fonte: Davi Soares/Assessoria

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