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Luis Vilar

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A guerra civil do tráfico

Pelo ritmo com que se mata em Alagoas chegáramos ao ano de 2009 com mais de 1.600 mortos durante o ano. É um prognóstico com base na média diária de homicídios que ocorrem na capital alagoana. É injusto pensar que seja apenas um caso de polícia – seja Militar, Civil, ou Federal.

Alagoas – é fato – vivencia um novo momento de sua história com grandes contribuições para se ter um pouco de esperança e pensar no futuro, que – apesar das “verdadeiras forças do atraso que tentam agir nos bastidores contra o bonde da História” – se apresentam como irreversíveis.

Porém, ainda é um Estado longe de ser límpido, transparente, cristalino e justo. Reflexo disto são as fortes desigualdades. Um exemplo tem sido a forma como o tráfico de droga tem sido ousado, principalmente na periferia, onde impera “a lei do silêncio”. Agora, o tráfico de drogas mandou – de fato – fechar escolas, estabelecimentos, dentre outras ordens. Os moradores confirmam a situação, sem – é claro – ter nomes revelados. O medo: entrar para as estatísticas e engordar os previstos e previsíveis números de mortos até o dia 31 de dezembro.

São números de uma guerra civil para uma cidade – já que a grande maioria dos homicídios está em Maceió – como a nossa. O que menos se precisa numa situação destas é de desculpas, mas de ação. É inegável – por exemplo – o domínio da violência em conjuntos como Santos Dumont, Graciliano Ramos, Eustáquio Gomes, dentre outros, onde o tráfico expulsa famílias.

No Bom Parto, o tráfico de drogas já expulsou até os assaltantes da região, que estão buscando executar suas atividades no interior do Estado de Alagoas. O que dizer então dos cidadãos de bem, que tentam, mas diante da falta de possibilidades, às vezes acabam perdendo seus filhos para a criminalidade. O drama não é inédito, nem aqui se faz uma descrição de quem descobriu a pólvora.

Mas, Alagoas perdeu o bonde do desenvolvimento em todos os sentidos, mais se atualizou – durante todo este tempo – no quesito criminalidade. De um lado os tubarões de terno, que impuseram uma política do medo, da ostentação, da luxúria e da impunidade, que gerou a certeza do crime compensador. Do outro, o banditismo sem classe: dos pequenos delitos ao tráfico de drogas.

É preciso declarar esmiuçar a rede do tráfico de drogas em Alagoas. Faz-se necessário uma força-tarefa em torno do tema: quem banca? Como chega? De onde vem? Para onde vai? Quando menos se esperar virão nomes lavando dinheiro, comprando advogados, extorquindo, seqüestrando; nomes da classe média alta que – indiretamente – também contribuem para fechar escolas e assassinar idosas na orla de Maceió.

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