Bispo Filho
Bispo Filho é Administrador de Empresas e Estudante de Jornalismo.
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Três meninos, dois de 12 anos e um de 10, suspeitos de portarem armas e drogas foram abordados por policiais militares, no bairro Bonfim, em Vitória. As crianças disseram aos PMs que brincavam de ser traficantes.
As supostas armas eram, na verdade, feitas de madeira e pedaços de cano, o leite em pó representava cocaína e o achocolatado era usado para ser a maconha.
Os garotos foram levados para a delegacia e depois liberados.
O caso foi encaminhado para o Juizado da Infância e Juventude de Vitória e para a Delegacia do Adolescente em Conflito com a Lei (Deacle).
Segundo a polícia, uma das armas de brinquedo se assemelhava a uma escopeta calibre 12.
O leite em pó estava dividido em pequenas porções embaladas em sacolas, simulando papelotes de cocaína. Já as buchas de maconha eram achocolatado.
Criança brinca com aquilo que vivencia e projeta seu futuro. Há um glamour em torno do bandido porque vários foram glamourizados. Então, as crianças querem ser bandidos. É muito preocupante que numa brincadeira infantil, elas finjam ser bandidos, principalmente com esse nível de detalhamento. A ponto de reproduzirem toda estrutura que vemos no tráfico de drogas. Infelizmente, é um retrato da nossa realidade.
Cadê os pais que não estão vendo isso?
É esse futuro que querem para essas crianças?
Omissão é uma forma de estímulo.
É extremamente preocupante, o episódio é prova do quanto a realidade do tráfico está presente no imaginário da juventude.
Isso é muito triste, na realidade não significa que essas crianças vão fazer isso (virar traficantes), mas demonstra como o mundo do crime nas favelas está impregnado na infância.
Essa ostentação do tráfico é tão grande que as crianças presenciam isso diariamente, e portanto, ficam muito perto dessa realidade.
Super-heróis têm papel fundamental na formação da criança
A curiosa atração que as crianças têm pelos super-heróis tem despertado a atenção de diversos pais e estudiosos e, com isso, vários questionamentos têm surgido em relação ao assunto.
A Mattel do Brasil, em parceria com o instituto GFK Indicator, realizou uma pesquisa com meninos de seis a dez anos para entender qual função que a fantasia e, em particular, os heróis, ocupam no imaginário infantil. O estudo revelou, entre outras conclusões, que esses personagens têm papel essencial na formação das crianças, incentivando valores como ética, coragem e humildade.
Os principais empresários e autoridades desse país estão envolvidas em corrupção, não ha referência no governo e na sociedade. A referência local desses jovens, aquele que não deixa entrar ladrão na favela, que paga remédios e dá cestas básicas para os pobres, são os traficantes.
Portanto, estamos em vias de perder mais uma geração, atrasando mais ainda o desenvolvimento do Brasil.
Vale ressaltar que, mesmo a criança se espelhando num herói desenvolvido pela mídia, o ideal é que o maior e melhor ‘super-herói’ seja alguém da família, como o pai e a mãe.
A família é que inaugura essa relação onde se instala o modelo admirado e imitado.
Qualquer outra forma em que a criança reconheça esses heróis, por suas características positivas, ela sempre terá como base o que foi ensinado pelos pais.
Fica a dica para pais e mães, sejam os super heróis para seus filhos.