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Pop Boy

Marcos Filipe é jornalista formado pela Universidade Federal de Alagoas e viciado em tudo o que envolve Mídias Sociais, Cinema, Televisão, Música, Literatura e Eventos. Um Geek de carteirinha, ligado em desenho animado e games. Desde 2010 escreve sobre esses assuntos se alimentando todos os dias da mais pura Cultura Pop.

Todas as postagens são de inteira responsabilidade do blogueiro.

“Bingo – O Rei das Manhãs” é uma grata surpresa pro cinema nacional

Bingo – O Rei das Manhãs é inspirado na vida de Augusto, baseada em fatos reais de Arlindo Barreto, um dos intérpretes do palhaço Bozo no programa matinal homônimo exibido pelo SBT durante a década de 1980. Barreto alcançou a fama graças ao personagem, apesar de jamais ser reconhecido pelas pessoas por sempre estar fantasiado. Esta frustração o levou a se envolver com drogas, chegando a utilizar cocaína e crack nos bastidores do programa.

bingo

Por ter inspiração em fatos reais, o longa diferente de outros que já assistimos como Cazuza e Elis, faz um recorte bem específico da vida do protagonista, da saída das novelas para a sua vida como o palhaço mais conhecido nas manhãs da brasileiras.

O enrendo foca nos bastidores de uma das épocas mais loucas da televisão, os anos 80. Quem viveu irá se reencontrar e quem não, terá a chance de realmente saber como funcionava a industria do entretenimento no auge do politicamente incorreto, onde tudo era permitido. Temos os VHS, as câmeras enormes usadas, e até produtos do momento, que não autorizaram a divulgação do nome, mas sabemos quais são.

Numa sociedade recém saída da ditadura militar e que não tinha limites, vemos o homem atrás da maquiagem e que não pode revelar sua identidade devido ao contrato. Augusto quer viver livre, mas ao mesmo tempo está preso a sua segunda vida, e que no decorrer do filme, vão se fundindo e tornando uma só.

O longa não ficou caricato, e chega a ser poético em alguns momentos, principalmente quando aborda a relação entre Bingo e sua família. Por ser um filme de palhaço, também encontramos momentos divertidos e nos identificamos enquanto crianças que passavam a manhã na frente da televisão assistindo os programas infantis dos anos 80 e 90.

Vladmir Brichta carrega o filme inteiro nas costas com uma brilhantismo que não conhecia. Sempre nos papéis de garanhão ou cômicos, o ator mostra o seu talento, em um papel difícil, e que tem a missão de nos fazer de  nos emocionar com um anti-herói. E ele consegue.

Assista o trailer aqui.

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