Coerência e sensatez

O inusitado do momento vivido pelo futebol alagoano, com solicitação de interdição de estádios e conflitos entre opiniões de engenheiros técnicos em segurança, é que a Federação Alagoana de Futebol está sendo pressionada, até por setores da própria imprensa, a fazer vistas grossas aos problemas existentes há muitos anos.
Fala-se muito e há pouca coerência em quase tudo. O mais grave é a discussão em torno da condição do Estádio Rei Pelé, reprovado em todas as vistorias feitas no último ano, com recomendações expressas para a realização de reformas.
Sem ser mais vinculado a uma Secretaria de Esportes – extinta pelo governador Teotônio Vilela Filho logo após a sua posse -, o Trapichão passou a ser apenas mais um item da gigantesca estrutura da Secretaria de Educação.
Com a Seel, muito provavelmente os serviços recomendados em vistoria feita pelos técnicos do próprio estádio e da Educação em março de 2007 teriam sido feitos, até mesmo em função do ínfimo orçamento, de R$ 60mil.
Independente, o Esporte também por certo teria se preocupado com a constatação, na avaliação de estádios que poderiam sediar a Copa de 2014, de que o Trapichão era um dos mais inseguros, atrás apenas da Fonte Nova, Arruda e Ilha do Retiro.
Ou então não permitiria que a inspeção definitiva da Federação Alagoana de Futebol fosse feita por apenas um engenheiro, ainda que de reconhecida capacidade profissional.
Neste aspecto, o próprio CREA também se esquivou de sua própria responsabilidade, enquanto Conselho, ao não formar uma comissão de nomes que viesse a discutir a questão com maior profundidade.
Ora, ficar de fora e depois querer que o Madalena sozinho se responsabilizasse pela segurança do estádio não é certamente uma postura correta ou pelo menos coerente.
E pretender que, com o laudo recebido, o presidente da FAF viesse a marcar jogos para o Trapichão, também não pode ser considerada prática do bom senso.