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Deputados afastados consumiram uma UE reformada

A Assembléia Legislativa encerrou os trabalhos da semana, sem votar – hoje- nenhum projeto. Não havia parlamentares suficientes para as discussões, muito menos “fôlego” para tanto. Explicações que estão na proximidade do final de semana (incluindo-se a sexta-feira como o novo “sábado” na Casa de Tavares Bastos).
Encerrada a semana, o alagoano deve ter razão ao questionar os valores de seus impostos, caros por sinal, para manter a Casa chamada de “patrimônio de todos os alagoanos”. E isto na mesma semana em que o maior hospital público de Alagoas fecha as portas porque os municípios- na versão do Governo – não querem assumir o dever de casa- cuidar da saúde.
A reforma da Unidade de Emergência vai custar R$ 1 milhão. Os 11 deputados afastados dos cargos na Assembléia consumiram R$ 739,2 mil – quase uma Unidade de Emergência reformada. Isso em sete meses ou 210 dias. A reforma da UE vai demorar 150 dias ou cinco meses. Quase uma semelhança.
Uma diferença: afastados pela Justiça, os deputados não aparecem para trabalhar. E não podem ser demitidos, porque não são funcionários. São deputados, protegidos pela Lei, implacável com os funcionários ou os dependentes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Claro, os valores acima não levam em conta a verba de gabinete, paga mesmo sob a proibição do então desembargador Antônio Sapucaia. Eram R$ 39 mil repassados para cada um, mensalmente.
Na era da transparência, a Assembléia não esconde sua verve financeira e a capacidade de rapidamente se recompor, mesmo com um desvio de R$ 300 milhões, em cinco anos. Hoje, 36 deputados estão empregados pelo povo, o mesmo estacionado na rampa de acesso da Unidade de Emergência. Os 36 – o povo votou em 27- consomem, de salário, 345,6 mil, por mês. Juntando a verba de gabinete, paga a 27 deles, vão-se R$ 1.053.345,6/mês.
Verba para uma Unidade de Emergência, com equipamentos e dinheiro em caixa para abastecer suas três farmácias, comprar as seringas, as gases e os medicamentos básicos, em falta há tempos no hospital.
Os deputados afastados podem esperar: continuam a receber R$ 739,2 mil, valores maiores a cada mês.
94% da população- dependente do SUS- não podem esperar: sem dinheiro, não tem mais nada. A não ser o inevitável.
É a lei do capital. Ou a do mais forte.

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