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Bispo Filho

Bispo Filho é Administrador de Empresas e Estudante de Jornalismo.

Todas as postagens são de inteira responsabilidade do blogueiro.

Muito prazer, meu nome é otária! Texto: Joelma Nunes Della Justina

Hoje enquanto caminhava, me deparei com uma cena inusitada.

Uma senhora, com uma pequena sacolinha andava pela areia, recolhendo canudos, copos, e outros lixos deixados na areia.

Enquanto isso, um grupo de jovens a observava com sorrisos irônicos, e um deles dizia: “Lá vai a otária!”.

Não sei o que me doeu mais, se foi a falta de educação dos que haviam poluído a praia, ou o desrespeito daqueles moleques.

Otária, segundo o dicionário Aurélio, significa tola, ingênua, que se deixa enganar.

Continuei meu percurso refletindo sobre as vezes, em que agimos como “otários”, perante os que nos enganam, se aproveitam de nossa vontade de fazer diferente.

Os que acreditam, que tudo está perdido, que não adianta mudar.

Aqueles, que destilam sua negatividade, prepotência e ódio.

Ariano Suassuna sabiamente dizia, que o otimista é um tolo, o pessimista um chato, que ele era uma realista esperançoso.

Sempre me identifiquei com essa afirmação, pois no meu ponto de vista, precisamos enxergar a realidade, porém, sem perder a esperança em dias melhores.

Cada vez mais, a Psicologia nos incentiva a cultivar a resiliência, um termo que vem do latim, Resilire, que significa recusar a voltar atrás. Ou seja, são consideradas resilientes, aquelas pessoas que conseguem se adaptar as mudanças, as pressões e superá-las sem perder seu equilíbrio emocional.

Quanto lixo emocional, encontramos em nosso caminho?

Para sobrevivermos ao egoísmo generalizado de nossa sociedade, muitas vezes precisamos recolher o lixo  deixado pelo outro, para podermos continuar nossa trajetória.

Não significa que o levaremos conosco, e iremos nos apegar ao mesmo, apenas removeremos esse obstáculo o descartando no lugar, ao qual pertence, a lixeira.

Quantas pessoas agem como aquela senhorinha, todos os dias. Indignada sim, mas que não desiste de fazer sua parte. Uma ativista da vida real, não de redes sociais.

Silenciosamente, ela nos dava uma lição.

Tenho observado tanta gente politizada no facebook, instagram, whatsapp, tá bonito.

Tantos dedos apontados, uma agressividade gratuita.

Mas e fora dos celulares?

Sem plateia, como nos portamos?
Será que temos a disposição daquela mulher?

Fazer nossa pequena parte,

Ter bondade é ter coragem, já dizia Renato Russo.

Ai, se aquela senhorinha soubesse do bem, que me fez hoje.

Também quero ser uma otária, e continuar contribuindo para suavizar o meu caminho, e de outras pessoas.

“Nós poderíamos ser muito melhores se não quiséssemos ser tão bons!” (FREUD)

Texto: Joelma Nunes Della Justina
Psicóloga CRP 15/2523
Doutoranda em Psicologia Social

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