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Luis Vilar

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O conciliador Ayran

Escolhido o novo desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas, o operado do Direito, Tutmés Ayran, salientou – em entrevista a imprensa – que será um “conciliador” dentro da mais alta corte da Justiça alagoana. Ayran, que foi o primeiro colocado da lista sêxtupla com uma votação expressiva, se disse surpreso com o “marco histórico” que representou sua eleição. “Eu enfrentei o candidato oficial da Ordem. A votação que consegui foi um marco que me envaidece, mas me coloca com uma responsabilidade enorme com a categoria e com a sociedade alagoana”, frisou.

Ayran saia agora da condição de advogado para a de julgador, ou seja, passará a viver o outro lado da moeda, mas se diz pronto para exercer tal função. “Vejo isto com muita ânsia. Até então eu pedia e agora passo a decidir. Eu conhecerei os dois lados da moeda, mas a experiência de quem pedia me capacita, pois tenho uma militância humanitária. Sempre digo aos meus alunos que o processo não é apenas um pedaço de papel, mas sim vidas humanas, por isto que é preciso um juiz, que tenha sensibilidade e bom senso. É preciso usar o poder de desembargador para fazer bem as pessoas”, colocou Tutmés Ayran.

O novo desembargador diz que sempre buscará a conciliação, quando esta for possível. “Por temperamento, serei um conciliador. É isto que vou buscar”, expõe. Para Ayran, desta forma se conseguirá uma Justiça mais célere e sem tantos recursos. O desembargador também critica a cultura da “punição” e defende penas alternativas, nos casos de crimes mais brandos.

“A cultura da punição é perigosa. Embora seja importante punir quem transgrida as leis e normas, a punição deve ser aplicada com sensatez. É preciso evitar que pessoas acabem nas cadeias por crimes banais. A estadia no cárcere não regenera. É preciso ter bom senso no uso do Poder. Há necessidade de julgamentos com imparcialidade, com um juiz afastado do conflito, e que possa contribuir com sensatez para o Estado”, frisa.

Tutmés Ayran defende ainda que o sistema penitenciário de Alagoas é também de responsabilidade do Poder Judiciário que – na visão do novo desembargador – tem que aprender qual é o seu papel dentro desta corrente. “Evidentemente que o aparelhamento do Estado é um problema. Tenho inclusive a experiência de já ter estado à frente do sistema prisional. O sistema não pode ser visto apenas como responsabilidade do Executivo, tem que se fazer cumprir a lei de Execução Penal. A relação do Judiciário com o sistema prisional é esquizofrênica. É preciso que o Judiciário entenda o seu papel dentro deste processo, por conta do excesso de preso que aguarda que seja cumprida a lei. O sistema prisional é uma corrente com vários elos”, salientou.

“A cadeia tem que ser reservada para os crimes mais violentos”, complementou Tutmés Ayran. “Tentarei nos limites de minha possibilidade responder as expectativas da categoria e da sociedade”, finalizou o novo desembargado do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas.

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