Minha filha chega pedindo-me para criar um gato. Já teve cágado, peixe, coelho, porquinho da índia e um adorável cachorrinho. Eu então falei que ela poderia criar cacatuas, iguanas, mocós, jiboias, o desejado gato, o que ela quisesse, mas que pelo amor de Deus só não criasse expectativas -principalmente daquelas que ficam grandes -afinal moramos...
Minha filha chega pedindo-me para criar um gato. Já teve cágado, peixe, coelho, porquinho da índia e um adorável cachorrinho. Eu então falei que ela poderia criar cacatuas, iguanas, mocós, jiboias, o desejado gato, o que ela quisesse, mas que pelo amor de Deus só não criasse expectativas -principalmente daquelas que ficam grandes -afinal moramos em apartamento.
Pois é, aproveitei o ensejo para passar-lhe uma das receitas para se ter paz de espírito: nunca criar grandes expectativas sobre o que for: eventos , fatos e sobretudo pessoas, pois é quase certo que se colherá grandes frustrações.
Viver bem é não permitir que nossos desejos se antecipem aos fatos, criando expectativas exacerbadas sobre as coisas que estão logo ali, bem pertinho no futuro -sejam cursos, viagens, festas, dietas, trabalhos, filmes, planos, sonhos, e principalmente pessoas -essas normalmente são as mais danosas.
-Não espere tanto assim dos outros, minha filha. Fatalmente colherás pequenas e grandes frustrações!
-Mas pai, eu só queria um gato…
Como diz a famosa música dos Beatles: “Let it be” -deixe estar; deixe o futuro chegar até nós e se ele tiver de nos surpreender, que seja positivamente. Quando não esperamos nada, o que vier terá o valor exato da sua própria realidade.
Então cada vez mais tento seguir a receita da felicidade que ouvi recentemente:
“Boa comida, boa bebida e baixa expectativa”.