Bispo Filho
Bispo Filho é Administrador de Empresas e Estudante de Jornalismo.
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Além de deixar vítimas, crescimento da criminalidade no Brasil afasta investimentos, aumenta os custos das empresas e suga por ano cerca de R$ 390 bilhões, segundo o IPEA.
Os efeitos do aumento dos casos de violência no Brasil vão além das cenas diárias de corpos estirados por vielas, cobertos por jornais, à espera do veículo do Instituto Médico-Legal. A crise na segurança que vem se agravando nos últimos anos, e que mais recentemente levou o Rio de Janeiro a ficar sob intervenção militar, também abate a economia do País.
Em um cálculo conservador, como explica o pesquisador Daniel Cerqueira, do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), a violência consome por ano 5,9% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o mesmo que a riqueza gerada pelos estados da Região Norte no ano passado.
Em 2017, esse valor teria chegado a R$ 389,4 bilhões, ou o equivalente a 13,5 vezes o orçamento previsto para o Bolsa-Família de 2018.
Mas o estudioso, especialista na área, diz que a metodologia usada por ele não leva em consideração, por exemplo, os impactos no turismo, o aumento do custo de produção e do custo de logística, além do comprometimento da capacidade laboral do brasileiro, vítima direta ou indireta desse ambiente. “Como a criminalidade vem aumentando, certamente esses valores são muito maiores”, avalia.
Com o agravamento da crise de segurança, vários setores vêm sentindo os impactos.
Ônibus de turismo assaltado
O do turismo tem visto parte dos clientes que buscavam viagens para o Rio de Janeiro e Fortaleza simplesmente cancelar seus pacotes. Outros, como lembra Cerqueira, riscam o Brasil da lista de destinos a cada episódio mais ruidoso de criminalidade divulgado na imprensa internacional e nas redes sociais. “Imagine quanto a economia perde com a violência cada vez que a imagem do país é enxovalhada”, pondera o especialista do IPEA.
Apesar da gravidade da situação, o aumento da violência no Brasil por enquanto não sensibilizou o ambiente político.
Tanto que os pré-candidatos à Presidência até agora não apresentaram propostas consistentes para debilitar a criminalidade de forma definitiva.
Mesmo no ambiente federal, o que se vê até agora são paliativos, nenhum plano de segurança consistente que tire o país do mapa da violência.