Bispo Filho
Bispo Filho é Administrador de Empresas e Estudante de Jornalismo.
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Podemos dizer que o medo é um estado emocional surgido geralmente, quando acreditamos estar em perigo. Quando uma ameaça é detectada, nosso cérebro imediatamente responde com este sentimento. A Fé por sua vez, está intimamente ligada ao sentimento de confiança. Confiar em algo ou alguém, é uma forma de voltar a acreditar que tudo vai dar certo.
Substituir o medo pela Fé, não é um processo fácil, seja durante a internação de um dependente químico, ou principalmente, seu retorno ao lar. Realizar a tão sonhada “Entrega”, requer um esforço diário, um contrariar-se a cada 24 horas, não entregar-se a desesperança, que insiste em rondar os pensamentos, lutar contra o negativismo de experiências anteriores, e tantas frustrações. Afinal, são tantos cansaços e tropeços, que por vezes fica quase impossível enxergar uma saída, e permanecer refém do medo, parece ser a melhor saída. Por medo de um novo fracasso, manter-se no mesmo lugar acaba sendo o mais seguro.
Segundo Fromm (1974), temos uma fé, mesmo que não seja religiosa. Necessitamos de uma fé. Isso é inerente à condição e à experiência humana. Minha fé é meu sentido de vida.
Para seguir sugestões, programas ou etapas, é preciso ter no mínimo uma expectativa de sucesso, a crença de que será ajudado(a). Esta fé muitas vezes é negligenciada, por ser confundida apenas com o aspecto religioso, e não levando em consideração do fenômeno psicológico em si.
A Fé é um ato individual, cada um a encontra em um lugar diferente.
Frequentemente, escutamos o termo “despertar espiritual”, e logo vem a nossa mente, a velha imagem do feixe de luz, iluminando todo o ambiente, como no caso de Bill um dos fundadores de Alcóolicos Anônimos (AA). No entanto, essa experiência pode ocorrer das mais diversas formas, e principalmente, com os mais céticos. Isto, costuma promover uma reflexão sobre a forma com a qual vem encarando sua recuperação, e acaba sendo um divisor de águas para finalmente entregar-se ao tratamento e aceitação de sua doença.
Com a Fé, caminha junto a Esperança, que faz tanta diferença na busca por dias melhores e no processo de recuperação, tanto do dependente químico como o de sua família. Voltar a acreditar em um poder superior, seja qual e de que forma for, desperta a mente do estado de inércia e desilusão, provocando mudanças de atitudes, pois para cada nova atitude, houve uma mudança no pensamento, devolvendo a vontade de lutar, de resgatar a sanidade e a vida, e acreditar que dessa vez, pode ser diferente.
“Não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais vivendo uma experiência humana.” (Teilhard de Chardin).
Joelma Nunes Della Justina
Psicóloga CRP 15/2523
Doutoranda em Psicologia Social