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Crônicas e Agudas por Walmar Brêda

Walmar Coelho Breda Junior é formado em odontologia pela Ufal, mas também é um observador atento do cotidiano. Em 2015 lançou o livro "Crônicas e Agudas" onde pôde registrar suas impressões sobre o mundo sob um olhar bem-humorado, sagaz e original. No blog do mesmo nome é possível conferir sua verve de escritor e sua visão interessante sobre o cotidiano.

Todas as postagens são de inteira responsabilidade do blogueiro.

Santos

Durante muito tempo discuti bastante sobre política e por conta disso, já meti-me em debates acalorados  com amigos e conhecidos , até quando  finalmente entendi que, definitivamente, não valia a pena, sobretudo quando o tema caía na famosa e recorrente polarização PT x Nós-do-lado-de-cá, ou então Socialismo x Capitalismo.

Mas, por que uma boa e saudável discussão sobre política não vale a pena, se ela for pautada por argumentos interessantes e bem fundamentados de ambos os lados, entre pessoas civilizadas, sem rabos presos e livres de paixões ?
 Bem, primeiro porque isso é muito raro. Segundo porque geralmente não se discute sobre política e sim sobre políticos -o que é uma coisa completamente diferente. Terceiro, é que normalmente não se chega a lugar algum, ou melhor, chega a troca de ofensas e acusações entre amigos e conhecidos, virtualmente ou não, o que não aconteceria em qualquer outra circunstância -talvez somente quando se discute  sobre futebol e religião -o que nunca é uma boa ideia.
  Acontece que essa polarização de ideias -quase um Fla x Flu político- pode  ter lá seu charme e utilidade, quando passamos a entender que ao despirmos todo excesso de cada uma dessas ideologias -que começa  pelos políticos que erguem suas bandeiras sob razões nebulosas, com seus métodos supostamente bem intencionados, seus populismos, conchavos e outras justificativas- o que finalmente resta da essência de cada ideia é o tamanho e o papel do Estado. Ponto.
 A discussão deveria focar apenas  em torno disso e não nas bobagens que dizem Lula, Dilma e Bolsonaro, ou quem é ladrão, idiota, incompetente, bem intencionado, maluco, dissimulado, populista, etc, etc, etc.  Considero esses penduricalhos uma discussão menor diante da imensidão e até beleza de uma discussão sobre qual modelo  realmente gera mais riqueza ou qual a distribui melhor -ou se o Estado deveria ou não injetar dinheiro na economia, regulá-la até que ponto, definir privilégios e proteções a indivíduos  e empresas, promover ações que aumentem a produtividade, controlar a inflação através de métodos ortodoxos ou não,  criar meios -ainda que polêmicos-  de dirimir desigualdades, diminuir o tamanho do Estado ou aumentá-lo cada vez mais, exercer seu papel regulador ou controlador na economia, combater a corrupção a todo custo ou tolerá-la veladamente desde que traga outros benefícios -sobretudo ao cenário econômico, ou finalmente: deve o Estado dar o peixe ou ensinar a pescar?
  Essas são as verdadeiras diferenças entre essas duas ideologias políticas, porém os senhores políticos são colocados sempre em primeiro plano, quando sabemos que o fator humano é sempre o  que estraga tudo.  Os dois lados têm gente desonesta e de bom caráter.  Tem gente altruísta e egocêntrica.  Tem canalhas e homens e mulheres de bem -só não tem santos- até porque se fôssemos falar de Santos, entraríamos nos assunto religião e futebol, o que também  não seria uma boa ideia.

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