Senador quer doação de casas para desabrigados

O senador Benedito de Lira, do PP, fez um apelo ontem à tarde na tribuna do Senado à presidente Dilma Rousseff, para que o governo assuma totalmente as despesas do programa Minha Casa, Minha Viva, nas moradias destinadas às vítimas das enchentes. Segundo ele, a situação exige uma decisão política que leve em conta as circunstâncias locais, já que o governo de Alagoas não tem condições de assumir uma contrapartida de 100 milhões de reais.
No discurso, Benedito de Lira que falava em nome de todos os alagoanos, sensibilizados com o drama dessas 74 mil pessoas que perderam praticamente tudo, para que sejam devolvidas a elas o seu lar, sua paz e sua dignidade.
De acordo com o senador, quando o então presidente Lula durante visita às áreas atingidas, disse ´´que ninguém iria pagar pelas casas´´. E parece que a sensibilidade do governo federal foi minguando à medida que o tempo passava, revelou.
Lira disse no seu discurso, que todos sabem, inclusive a Caixa Econômica Federal, que entre as vítimas das enchentes, a grande maioria sobrevive com uma renda miserável e alguns não têm outra renda que não o benefício do Bolsa Família. Mesmo carente de recursos, disse o senador, o estado de Alagoas está executando algumas obras estruturantes e já realizou acessos e infraestrutura, mas não tem recursos suficientes para bancar 100 milhões de contrapartida do governo federal.
Benedito de Lira fez ainda durante seu discurso no Senado, uma comparação entre o estado de Alagoas e o governo federal. Enquanto o primeiro enfrenta uma completa escassez de recursos, agravada com a necessidade de tocar obras inadiáveis, no reverso da moeda à arrecadação federal tem batido sucessivos recordes.
Os desabrigados, revelou o senador, não têm recursos para pagar esses valores estabelecidos pela Caixa Econômica, com pagamento mínimo de 50 reais por mês. Eles perderam tudo, não têm casa, não têm renda, não têm sequer dignidade na forma como vivem. Têm apenas, disse o senador, a esperança de ganhar uma casa, por mais simples que seja.