Marido planejou sequestro para ficar com dinheiro de venda de apartamento, diz PC

Homem planeja sequestro da esposa (fotos: cedidas pela SSP)

O caso do sequestro envolvendo Adriana Rogério da Rocha, de 44 anos, que desapareceu na última segunda (23), conforme relatado pelo Alagoas 24 Horas após contato com a família, teve uma reviravolta após informação passada pela polícia durante uma coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (25), na sede da Secretaria da Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL).

De acordo com o relatado pelo delegado Thiago Prado, toda a ação criminosa teria sido planejada pelo próprio marido da vítima, identificado como Jorge Tadeu Gomes Alves, 43 anos, que foragiu antes que pudesse ser capturado pela polícia. Ao todo, cinco suspeitos teriam participado da ação. José Mirosmar Duarte dos Santos, que se passou por corretor de imóveis para emboscar a vítima, também está foragido.

Ainda segundo o delegado, Jorge Tadeu teria informado à própria esposa que ela estaria sendo sequestrada devido a uma suposta traição, no entanto, investigações realizadas pela polícia apontam que a real motivação foi financeira. Jorge planejava ficar com todo o dinheiro envolvendo a venda de um apartamento da família.

Divulgação

O caso

Adriana saiu do trabalho no final da manhã da segunda para se encontrar com o suposto corretor de imóveis para mostrar um apartamento de sua propriedade, que possuía a intenção de vender. O encontro ocorreu no estacionamento de um supermercado no bairro Gruta de Lourdes, onde a mulher foi surpreendida por José Mirosmar (falso corretor), que estava na companhia de Kennedy Gomes da Silva, 23, Walisson dos Santos Porfírio, 23, e o marido da vítima, Jorge Tadeu.

Em relato informal ao delegado, Adriana disse que o marido, com quem vive há 22 anos e possui três filhos, teria dito a ela que estava sendo alvo de tudo devido à uma suposta traição. Quando encontrada pela polícia, Adriana estava semidesnutrida e mantida em cativeiro em uma região de mata no município de Pilar.

Após sequestrar a mulher, o bando seguia pela Avenida Durval de Góes Monteiro até os Correios, onde Jorge Tadeu desceu. Os demais seguiram até Pilar, na região metropolitana. A Deic chegou, inicialmente, a Kennedy e Walisson, que teriam confessado a participação no sequestro e apontado o local do cativeiro, que era vigiado por Fabrício – conhecido como Dudé – e Mirosmar, que conseguiu fugir ao cerco policial entrando na mata.

Novos detalhes repassados comprovam que apenas Fabrício Queiroz da Silva, o quinto envolvido, morreu após troca de tiros com a polícia, corrigindo a informação anterior que dois suspeitos teriam morrido em confronto. No local do cativeiro, além do carro da vítima, a polícia entrou outro veículo totalmente depenado, além de documentos de pessoas nascidas em Sergipe, o que pode indicar a atuação do bando no estado vizinho.

O delegado Thiago Prado disse ainda que o homem que morreu em confronto com a polícia é suspeito de praticar dez homicídios em Pilar.

Outro detalhe chocante da investigação aponta que o marido da vítima teria fornecido os cartões de crédito e senhas da mulher para pagar seus sequestradores. Ou seja, Adriana foi sequestrada e o dinheiro que iria pagar os marginais saiu de suas contas pessoais. Ao menos dois saques, de R$ 3 mil e de R$ 2 mil, foram confirmados.

O delegado Thiago Prado confirmou que a Polícia Civil de Alagoas já pediu a prisão preventiva dos dois foragidos. Jorge Tadeu chegou a comparecer na sede da Deic, na companhia dos filhos, para formalizar a denúncia do desaparecimento da mulher.

Homem planeja sequestro da esposa (fotos: cedidas pela SSP)
Homem planeja sequestro da esposa (fotos: cedidas pela SSP)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Participaram da operação equipes da Divisão Especial de Investigação e Captura (Deic), 2ª Seção da Polícia Militar, 4ª Companhia de Polícia Militar Independente (CPM/I) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual (MPE).

Quem tiver informações que levem a polícia aos foragidos, pode colaborar denunciando pelo número 181. A ligação é gratuita e o sigilo é garantido.

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