De Frota a Joice: relembre críticas de aliados a Bolsonaro

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A crise no PSL que opõe o presidente Jair Bolsonaro e a cúpula do seu próprio partido se transformou em uma guerra declarada nesta semana. Entre críticas de deputados a medidas do presidente da República, contra o comportamento de seus filhos e a influência de seus aliados, relembre abaixo alguns dos maiores ataques de “fogo amigo” contra Jair Bolsonaro:

Janaína Paschoal: “Tanta loucura parece impossível!”

Deputada mais votada das eleições de 2018, Janaína Paschoal chegou a ser cotada para vice na chapa de Bolsonaro, antes de confirmar sua candidatura à Câmara. “Na cabeça das pessoas, ele vai ganhar e eu vou me arrepender. Mas se ele ganhar, eu vou ficar sossegada. É muito importante ele ter isso em mente para, em sendo eleito, governar para essa pluralidade”, afirmou à época.

Ao longo do ano, Janaína não poupou críticas às medidas tomadas pelo presidente. Dentre os pontos de discórdia, estão a declaração de Bolsonaro sobre o pai de Felipe Santa Cruz, presidente da OAB (“Absolutamente desnecessária”), as manifestações pró-governo (“Não tem sentido”) e as brigas recentes entre membros do PSL: “A situação é tão teratológica, que fico com a sensação de que é tudo combinado. Tanta loucura parece impossível.”

Major Olimpio: “Sem PSL e Bivar, não existiria Bolsonaro presidente”

Apesar de ter criticado algumas medidas de Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro, inclusive protagonizando brigas públicas com alguns deles, o líder do PSL no Senado sempre se declarou como um grande apoiador do presidente. Ainda assim, Olimpio sempre reafirma que Jair Bolsonaro está cercado pelas pessoas erradas.

“Não podemos querer apagar incêndio com gasolina. O presidente tem infelizmente ao redor dele pessoas que querem fomentar isso”, declarou, após as farpas públicas trocadas entre Bivar e Bolsonaro. “O PSL cresceu muito por conta do Jair Bolsonaro. Mas sem PSL e sem Bivar, não existiria Bolsonaro presidente. Eles se completam.”

Alexandre Frota: “Reflexo do que há de mais velho na política”

Um dos principais defensores de Jair Bolsonaro desde que a candidatura do ex-deputado federal foi anunciado, Alexandre Frota chegou a assumir o posto de “estrategista do PSL” durante a sua estadia no partido. Entretanto, assim como Major Olímpio, o deputado também teve atritos com os filhos do presidente, o que contribuiu para o desgaste de sua relação com a bancada.

O principal ponto de discórdia entre Frota e Bolsonaro, que acabou culminando com a sua expulsão do PSL a pedido do presidente, foi a indicação de Eduardo à embaixada em Washington. Ele também já declarou que precisava ficar “limpando as cagadas” do governo. “Só duas vezes tivemos paz: quando o Twitter ficou fora do ar e quando o Bolsonaro tirou o dente”, disse em outra ocasião.

Delegado Waldir: “Vou implodir o presidente”

Após ter feito campanha para a eleição de Bolsonaro à presidência e ter afirmado que o presidente trabalharia “pela unificação do País”, com “bom trânsito na Câmara dos Deputados”, o líder do PSL na Câmara mudou sua postura ao longo da semana. Em áudio obtido pelo Estado nesta quinta, 17, Waldir afirmou que iria “implodir o presidente”.

“Não tem conversa. Eu implodo ele. Eu sou o cara mais fiel. Acabou, cara. Eu sou o cara mais fiel a esse vagabundo. Eu andei no sol em 246 cidades para defender o nome desse vagabundo”, diz o deputado na gravação.

Luciano Bivar: “Bolsonaro não tem relação com o PSL”

Presidente do PSL, Luciano Bivar sempre manteve uma relação cordial com Bolsonaro, pelo menos publicamente, destacando a importância de sua figura para a ascensão do partido à segunda maior bancada da Câmara. Entretanto, após o presidente ter afirmado que Bivar estaria “queimado pra caramba”, o deputado resolveu devolver a ofensiva.

“Quando ele diz a um estranho para esquecer o PSL, mostra que ele mesmo já esqueceu. Mostra que ele não tem mais nenhuma relação com o PSL”, afirmou o dirigente partidário ao Estadão/Broadcast.

Eleita a deputada federal na onda de influenciadores digitais que se mostraram favoráveis ao processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Joice chegou a Brasília alinhada com as políticas, os membros e o líder do governo Bolsonaro. A relação começou a se deteriorar quando não obteve apoio para sua candidatura para à prefeitura de São Paulo, culminando na sua restituição do posto de líder do PSL na Câmara.

“Já esperava como retaliação, mas com um pouco mais de respeito, fidalguia e gratidão por todo esse tempo que eu me dediquei. Afinal de contas, carreguei muitas coisas nas costas, apaguei incêndios e atuei para construir pontes quando o governo atuou para implodir. Mas sabia que a gratidão não está entre as qualidades que cercam o presidente”, disse em entrevista ao Estado.

Fonte: Terra

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