Após ter filha presa, vice-governador diz temer que CGU se torne polícia política

Ascom PF/AL

Operação cumpriu mandados na Sesau, HGE, Hospital do Agreste e clínicas de Arapiraca

O vice-governador Luciano Barbosa (MDB) escolheu a Rádio 96 FM, de Arapiraca, para se pronunciar oficialmente nesta quinta (12) após a prisão da filha e do genro durante operação da Polícia Federal deflagrada ontem (11) em Alagoas. Os presos são acusados de fraudes no fornecimento de próteses e órteses a pacientes da rede pública de saúde.

Foram emitidos 16 mandados de prisão, entre preventivas e temporárias, além de 32 mandados de busca e apreensão. O médico acusado de comandar o esquema, juntamente com a esposa, estão fora do país e não foram presos. A filha de Barbosa, Lívia Barbosa de Almeida Margallo, e o marido, Pedro Silva Margallo, são sócios da LT, empresa contratada pelo Estado para prestar serviços de saúde. Lívia é cirurgiã bucomaxilo e o marido é ortopedista.

O vice-governador começou a entrevista chorando, disse que ontem foi o dia mais difícil da sua vida e optou por não se manifestar oficialmente pois não ‘teria espírito para falar’. O vice-governador relembrou sua trajetória política como prefeito, ministro e agora no Executivo estadual e disse ter se surpreendido com a força da filha, que nega todos os crimes que lhe são imputados.

Pedido de auditoria

De acordo com Luciano, a filha e o marido chegaram a Arapiraca em 2017 e classificou como ‘absurdo’ o suposto esquema do qual a filha faria parte. O gestor alega ainda que a própria filha defende a realização de uma auditoria na empresa. ‘Pai, eu quero fazer auditoria para ver se todas as pessoas que operei não foram operadas’. Luciano disse ainda estar fragilizado com a prisão dos familiares, mas afirmou que não se dobra e irá à luta.

O vice-governador disse acreditar na justiça ao final, elogiou a Controladoria Geral da União (responsável pela investigação da fraude), mas disse que não aceita o que ele classifica como ‘caça às bruxas’. “É preciso ter cuidado para que órgãos como esses não sejam aparelhados politicamente, que se tornem polícia política”.

O governador Renan Filho (MDB) não emitiu nenhuma declaração oficial após a operação que atinge uma das principais pastas do Estado.

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