Dólar opera em alta e chega a bater R$ 4,30

No dia anterior, moeda fechou a R$ 4,2847, próximo ao recorde de 31 de janeiro.

Notas de dólar — Foto: Gary Cameron/Reuters

O dólar opera em alta nesta sexta-feira (7), chegando renovar sua máxima recorde histórica acima de R$ 4,30, acompanhando a força da moeda norte-americana no exterior e repercutindo a desaceleração da inflação brasileira.

Às 10h01, a moeda norte-americana subia 0,23%, vendida a R$ 4,2946. Veja mais cotações. Na máxima da sessão, a divisa bateu R$ 4,3006 – maior valor nominal já atingido pela moeda.

No dia anterior, fechou em forte alta de 1,08%, vendida a R$ 4,2847. No ano, acumula alta de 6,86%. O recorde de fechamento, até agora, é de R$ 4,2850, alcançado em 31 de janeiro.

O Banco Central ofertará nesta sexta-feira até 13 mil contratos de swap cambial para rolagem do vencimento abril de 2020.

Cenário local
O movimento da moeda americana está alinhado com a valorização da divisa em relação a outras de mercados emergentes. No entanto, mesmo com o dólar nas alturas, os juros futuros se ajustam em baixa, após a inflação oficial de janeiro ficar abaixo da expectativa do mercado, destaca o Valor Online.

O IPCA de janeiro registrou o menor nível para o mês desde o início do Plano Real ao marcar 0,21% de aumento. O número veio abaixo do piso das estimativas do mercado (0,28%) e ficou bem abaixo da mediana de 0,35% obtida a partir das projeções coletadas pelo Valor Data. O caráter benigno da inflação continua no foco dos mercados, mesmo após o Banco Central (BC) ter fechado a porta para novos cortes na Selic no curto prazo.

Os juros futuros, assim, se descolam da pressão contra mercados emergentes, observada na alta do dólar ante o real.

A analista You-Na Park-Heger, do Commerzbank, nota que o real sofreu significativamente nas últimas semanas com especulações de cortes nas taxas de juros. “Agora que isso aconteceu e o BC anunciou que não há mais reduções na agenda, o real não deve sofrer mais pressão de depreciação por esse lado. No entanto, a taxa de juros historicamente baixa permanece um fator oneroso para o real, especialmente porque o juro real está próximo de zero”, diz a analista. Assim, o Commerzbank não espera uma recuperação do real por enquanto e diz que a moeda brasileira continua vulnerável a fases de maior aversão a risco.

Além disso, continuam no foco as preocupações dos investidores com o coronavírus e com o impacto sobre a economia. Ontem, os economistas do J.P. Morgan revisaram a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano de 2% para 1,9%, na esteira da disseminação do novo vírus.

Mercado de trabalho dos EUA
Os mercados estão à espera do relatório de emprego do Departamento do Trabalho dos EUA, que deve mostrar que os ganhos de emprego entre abril de 2018 a março de 2019 não foram tão robustos como originalmente estimado.

Dados do mercado de trabalho dos EUA podem indicar que a economia provavelmente continuará crescendo moderadamente, apesar da queda no investimento empresarial.

Qualquer redução forte durante esse período irá sugerir uma significativa desaceleração na criação de vagas este ano.

De acordo com pesquisa da Reuters, a criação de vagas fora do setor agrícola deve chegar a 160 mil em janeiro, provavelmente devido às contratações nos setores de construção e lazer.

Embora isso seja acima dos 145 mil postos de trabalho criados em dezembro, o resultado ficaria abaixo da média mensal de 176 mil em 2019.

Fonte: G1

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