OMS diz que máscara para todos não é o ideal, mas pode ser uma estratégia

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta sexta-feira (3) que mantêm as recomendações sobre o uso de máscaras para profissionais da saúde ou pessoas que tem contato direto com um infectado, mas estuda estratégias sobre o uso comunitário da máscara como uma forma de diminuir o número de infecções por Covid-19.

Na quinta-feira (3) O número de casos confirmados de Covid-19 no mundo superou a marca de 1 milhão, segundo o levantamento da Universidade Johns Hopkins (Estados Unidos). O total de mortos pelo novo coronavírus Sars-Cov-2, segundo o estudo, passa de 50 mil.

Questionado sobre o uso de máscaras por toda a população, o diretor-executivo da OMS, Michael Ryan, manteve a posição de que “máscaras cirúrgicas e médicas e máscaras como n95 e FFP2 e FFP3, respiradores, são para o sistema médico, e devemos priorizar seu uso para proteger nossos trabalhadores na linha de frente. E é nisso que estamos trabalhando”.

“O debate sobre o uso de máscaras, em geral, é baseado, é construído, não no paradigma de se proteger. A evidência é bastante clara de que o uso de uma máscara em público não o protege necessariamente. Mas se uma pessoa doente usa uma máscara, é menos provável que ela possa infectar outras pessoas”, completou Ryan.

Michael afirmou que o momento “é desafiador” e que a orientação de pessoas em geral usar ou não máscaras depende de contextos particulares, como “talvez não seja possível fazer distanciamento físico”, ou casos em que as pessoas podem “não ter acesso a todos os serviços disponíveis em outros países”. Diante desse contexto, a entidade sugeriu que “não é a solução ideal, mas deve ser considerada no contexto da estratégia abrangente de controle da doença.”

Crise econômica

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, afirmou que está preocupado em como as restrições impostas por muitos países para proteger a saúde estão afetando fortemente a renda de indivíduos e famílias e ressaltou que os governos devem oferecer renda para os mais pobres.

“Nós encorajamos essas medidas. Isso ocorre em uma crise sem precedentes, que exige uma resposta sem precedentes. Os governos também devem considerar o uso de transferências em dinheiro para as famílias mais vulneráveis ​​para superar barreiras ao acesso “

Tredos afirmou ainda que “a melhor maneira de os países encerrarem as restrições e aliviarem seus efeitos econômicos é atacar o vírus, com o pacote agressivo e abrangente de medidas sobre as quais já falamos várias vezes antes: encontrar, testar, isolar e tratar todos os casos, e rastrear todos os contatos”.

Em uma coletiva de imprensa conjunta com Kristalina Georgieva, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), eles indicaram que a disputa entre salvar vidas e salvar empregos é um “falso dilema”

“Salvar vidas ou salvar meios de subsistência. Este é um falso dilema — controlar o vírus é, quando muito, um pré-requisito para salvar meios de subsistência”, apontaram.

Mortes de jovens

A OMS alertou sobre o crescimento do número de pessoas jovens que estão ficando gravemente doentes ou morrendo devido ao novo coronavírus. Durante a entrevista coletiva, Maria Van Kerkhove afirmou que a Organização está investigando os casos registrados para descobrir porque as pessoas fora do grupo de risco estão sendo afetadas.

A OMS informou que teve um crescimento no número de pessoas com 30, 40 e 50 anos que estão na UTI e ou que morreram por conta da Covid-19.

Violência doméstica

A OMS alertou sobre o crescimento do número de relatos de violência doméstica no mundo por conta do isolamento domiciliar e informou que o número de casos “infelizmente pode aumentar, devido à medida que as pessoas são solicitadas a ficar em casa”.

“As mulheres em relacionamentos abusivos têm maior probabilidade de serem expostas à violência, assim como os filhos, pois os membros da família passam mais tempo em contato próximo e as famílias lidam com estresse adicional e possíveis perdas econômicas ou de emprego”, afirma Tedros.

A OMS ressaltou a importância dos países adotarem e reforçarem medidas essenciais para combater a violência doméstica, durante e depois da pandemia.

Fonte: G1

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