Irmãos parlamentares do PT são denunciados por abuso de poder

Divulgação / PT

O deputado estadual Arthur Do Val (Patriota-SP) e o vereador Fernando Holiday (Patriota-SP), líderes do MBL (Movimento Brasil Livre), encaminharam uma denúncia ao Ministério Público Eleitoral alegando “abuso de poder político e econômico” por parte dos irmãos Tatto e do Diretório Municipal do PT de São Paulo.

O documento cita nominalmente o ex-secretário municipal dos Transportes Jilmar Tatto, o vereador Arselino Tatto e o deputado estadual Enio Tatto.

A denúncia tem como base reportagem do jornal Folha de S.Paulo. A peça diz que, segundo o texto, “líderes de associações de bairro ligados aos Denunciados estariam doando bens às famílias de determinada região da capital paulista e vinculando a entrega das benesses ao apoio eventualmente recebido pelos políticos”.

De acordo com o documento, “todos esses líderes [apresentados na reportagem] têm íntima ligação com os Denunciados, deixando claro o forte indício de abuso de poder político”.

A ação dos integrantes do MBL vem em meio ao anúncio da pré-candidatura de Jilmar Tatto à Prefeitura de São Paulo, pelo PT. Os irmãos Tatto têm grande influência política na Zona Sul de São Paulo, região considerada berço eleitoral dos petistas.

Arthur do Val, por outro lado, também pode ser candidato. Nome forte do MBL, o deputado já é cotado para concorrer ao Executivo paulistano em nome do movimento.

Arthur do Val e Holiday alegam também haver “patente abuso de poder econômico” em relação à destinação de emendas parlamentares pelos irmãos Tatto em troca um suposto apoio a eles “na época das eleições” – sem citar qual.

“Portanto é a presente denúncia para requerer ao Ministério Público Eleitoral que, com base nos fortes indícios de prática de abuso de poder político e econômico, proceda na forma da lei para apurar as condutas lesivas e aplicar as penas legais aos denunciados”, finaliza o documento.

OUTRO LADO

Procurado pela CNN, o presidente do Diretório Municipal do PT-SP, Laércio Ribeiro, informou que “o que a reportagem e a denúncia trazem não é uma relação clientelista [entre os irmãos Tatto e os líderes comunitários], mas sim uma relação histórica que tem como base a fundação do partido”. De acordo com Ribeiro, “o PT tem como base lideranças sociais desde sua criação” e é “absolutamente normal que essas figuras façam parte dos mandatos que o PT elegeu”.

A defesa de Jilmar Tatto informou que desconhece o teor da representação oferecida ao Ministério Público Eleitoral pelos parlamentares. Disse ainda que a destinação de emendas do Orçamento é um instrumento previsto em lei e completamente legítimo da atividade parlamentar, “como bem deveriam saber o deputado e o vereador [Arthur do Val e Fernando Holiday, respectivamente], autores da representação”.

Também reforçou que as emendas dos deputados e vereadores citados na denúncia “priorizam as regiões mais carentes de São Paulo, exatamente como deve fazer um parlamentar que representa o povo, já que o poder público raramente se faz presente nessas regiões”. E que é prerrogativa da atividade parlamentar “a nomeação de assessores e tanto melhor que sejam formadas equipes plurais, especialmente com pessoas ligadas a periferia de São Paulo, identificadas com as dificuldades reais da população da nossa cidade”.

Em relação à reportagem da Folha de S.Paulo, a defesa de Jilmar disse que o conteúdo “não traz nenhum fato ou evento que se relacione minimamente com as eleições e, por essa razão, não há amparo para o encaminhamento da questão ao Ministério Público Eleitoral”.

O deputado Enio Tatto e o vereador Arselino Tatto não responderam até o fim da noite desta quarta-feira (27).

Fonte: CNN Brasil

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