Em abaixo-assinado para pedir um cachorro, menino reúne ‘assinaturas’ de Anitta, Jesus, Capitão América, Neymar e outras personalidades

Francisco Machado entregou documento após muita negociação com a mãe, Angela, que postou o caso nas redes sociais; internautas montaram petições online para apoiar a causa.

A negociação entre uma mãe e um filho, de Curitiba, para adotar ou não um cachorro foi decidida pela criatividade do menino.

Após muitos pedidos e conversas, Francisco Machado, de 13 anos, entregou um abaixo-assinado para a mãe, Angela Machado. No documento, o adolescente reuniu “assinaturas” de diversas personalidades.

Angela postou a solução criativa do menino no perfil dela no Facebook. Até a publicação desta reportagem, a postagem chegava aos 5 mil compartilhamentos, com mais de 3 mil comentários.

Segundo a mãe, algumas pessoas montaram petições online para registrar a assinatura e participar.

‘Assinaturas’
“Assinaram” a favor de Francisco artistas como as cantoras Anitta e Ivete Sangalo, os jogadores Neymar Júnior, Messi e Cristiano Ronaldo, os apresentadores Faustão e Ana Maria Braga e vários outros famosos.

Foram 75 assinaturas, incluindo personagens de desenho animado e super-heróis, como Capitão América, Thanos, Homer Simpson, Batman, Tom e Jerry.

“A gente vivia pedindo para a mãe para ter um novo cachorro, mas ela nunca aceitava. Aí eu fiz um abaixo-assinado, porque ela não ia ter como recusar, com um monte de gente pedindo”, disse o adolescente.
Políticos de extrema oposição também “participam” da causa. Francisco “reuniu as assinaturas” do presidente da República, Jair Bolsonaro, seguido pelos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Jesus Cristo, Deus, Oxóssi, Iemanjá, Xangô, Obaluaiê e Oyá também “se mobilizaram” no abaixo-assinado do adolescente.

Repercussão
Angela e o filho contam que o debate pela adoção de cachorro para a família não é recente e que o documento foi apresentado pelo adolescente alguns meses antes da publicação.

O menino contou com a ajuda de Enrico, um dos dois irmãos, para pensar em todos os artistas e personagens que iriam “assinar”.

A família possui dois gatos na casa, além dos cinco moradores. Antes, a resposta da mãe para o pedido era negativa.

“É uma família democrática. Eles têm a opinião deles, têm voz. A gente procura, dentro de um certo limite, dar liberdade para eles escolherem, mas o caso do cachorro estava um pouquinho difícil”, destacou Angela.

Depois de compartilhar a história nas redes sociais, a repercussão do caso e mais algumas conversas ajudaram a traçar um desfecho: Francisco se comprometeu a cuidar do novo animal com atenção e carinho, e Angela aceitou a adoção.

Negociação e educação
A psicóloga Ana Paranzini, que atua em psicoterapia infantil, adolescente e também na orientação de pais, comenta que a atitude criativa e assertiva do menino ajudou no resultado.

“Ele queria algo e usou a criatividade para conseguir. Existem coisas na educação dos filhos em que não há como abrir, mas também existe ‘não’ que pode se tornar ‘sim’ quando reavaliado ou baseado na negociação”, disse a especialista.
Situações como essa, de acordo com a psicóloga, podem ser oportunidades de aprendizado para pais e filhos. Assista ao vídeo, ao final da reportagem.

“Ele teve uma atitude adequada. Precisa ser valorizado esse esforço. Não quer dizer que a mãe tenha que dar o que ele pede, mas fez com que ela repensasse o posicionamento”, comentou.

Mãe e filho destacaram que o cachorro escolhido para integrar a família estava com uma prima do adolescente, que vai se mudar para um apartamento e não poderia mais ficar com ele.

“Ele já tem até nome: Bolota”, contou Francisco.

Ainda segundo a psicóloga Ana Paranzini, é fundamental que os pais ou responsáveis esclareçam e combinem sobre as obrigações que a criança precisa se comprometer a fazer antes mesmo de ganhar um animal para cuidar.

“É um ser que precisa de carinho, de cuidados, de higiene, alimentação. ‘O quanto a criança está disposta a fazer a parte dela?’ Muitas vezes, as crianças ganham o animal e não é conversado sobre a responsabilidade que ela deve ter. Isso deve ser tratado antes”, destacou.

 

Fonte: G1

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