Polícia cumpre mandados contra advogados suspeitos de interferir em mandados judiciais

A Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas, informou por meio da sua assessoria estar ciente da operação deflagrada nesta quarta (29), pela Polícia Civil de Alagoas, que visa ao cumprimento de mandados de busca e apreensão contra advogados que atuam nos municípios de Arapiraca e Coruripe.

Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal da Capital e cumpridos em ação coordenada pelo delegado Thiago Prado. Segundo o inquérito, os advogados são suspeitos de burlar o sistema do Tribunal de Justiça de Alagoas e prejudicar o cumprimento de medidas judiciais como mandados de prisão e interceptações sigilosas.

“Ao longo da investigação em ambiente cibernético foi possível detectar o envolvimento de advogados fazendo uso desse acesso indevido ao sistema, bem como o vazamento das informações para os réus, que acabavam se evadindo sem serem pegos pela polícia. Observou-se que esses causídicos acessaram 91 vezes as senhas de três Defensores públicos do Estado de Alagoas, causando severo prejuízo a medidas judiciais em curso”, disse o delegado Thiago Prado.

A reportagem do Alagoas 24 horas pediu posicionamento do Tribunal de Justiça de Alagoas sobre a suposta fraude. A corte encaminhou a seguinte nota por meio da sua assessoria:

Acerca da Operação “Backdoor”, deflagrada na manhã desta quarta-feira (29), o Tribunal de Justiça de Alagoas esclarece:

1. Não houve nenhum tipo de invasão ao sistema do TJ (SAJ – Sistema de Automação da Justiça), como descrito em manchete de reportagem;

2. Não ocorreu nenhuma alteração em conteúdo processual ou algo compatível;

3. O SAJ possui diversos níveis de auditoria, conseguindo mapear de qual dispositivo a consulta processual via internet foi efetuada. Os acessos suspeitos foram detectados pelo próprio Judiciário de Alagoas;

4. O presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, Tutmés Airan, manifesta seu total apoio à apuração dos fatos, reconhece que estes são absolutamente graves e inaceitáveis, especialmente por objetivar criar embaraços a investigações processuais. O presidente ressalta ainda a sua confiança no trabalho da 2ª Vara Criminal de Maceió, que autorizou a operação e supervisiona as investigações do caso.

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