À PF, Carlos Bolsonaro nega produzir conteúdo para incentivar atos antidemocráticos

Filho do presidente Jair Bolsonaro, vereador do Rio foi ouvido no último dia 10. Inquérito apura quem organizou e financiou atos que pediram fechamento do Congresso e do STF.

Caio Cesar/CMRJ

O vereador Carlos Bolsonaro no plenário da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, em 2019

O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, negou em depoimento à Polícia Federal que tenha produzido ou repassado conteúdo que impulsionasse atos antidemocráticos contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional.

Carlos Bolsonaro foi ouvido como testemunha pelos policiais no último dia 10 de setembro, no âmbito do inquérito que investiga o financiamento e a organização destes atos com pautas inconstitucionais.

A investigação foi aberta em abril no STF a pedido da Procuradoria-Geral da República. O relator é o ministro Alexandre de Moraes.

A TV Globo teve acesso ao conteúdo do depoimento. O vereador disse ainda que nunca operou conteúdo falso ou que incentivasse o desrespeito a decisões judiciais. Carlos Bolsonaro fez questão de deixar registrado que preza “pela democracia, acredita na mudança pela democracia” e que “tais colocações vêm de berço”.

Questionado pelos policiais, Carlos negou ter produzido ou repassado mensagem ou material como memes, fotografias e vídeos com conteúdo :

  • que tratasse de processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política ou social;
  • que incitasse a animosidade das Forças Armadas contra o Supremo e seus ministros;
  • que incitasse a animosidade das Forças Armadas contra o Congresso Nacional ou seus parlamentares, ou
  • que tratasse de processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política ou social.

O vereador disse ainda que não atua com a criação ou divulgação de conteúdos falsos na internet.

“Perguntado se o declarante se utilizou de robôs para impulsionamento de informações em redes sociais envolvendo memes ou trabalhos desenvolvidos pelo governo federal, respondeu que jamais fui covarde ou canalha a ponto de utilizar robôs e omitir essa informação“, diz a ata do depoimento.

Ainda nesta apuração, a Polícia Federal ainda deverá ouvir o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), irmão de Carlos.

Acesso às contas do presidente

Filho de Jair Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro afirmou que não participa da política de comunicação do governo federal. Mas admitiu que tem relação com as contas do pai

“Em relação a política de comunicação do governo federal, indagado se participa de alguma forma (oficial ou extraoficial) da política de comunicação do governo federal, respondeu que não participa da política de comunicação do governo federal, esclareceu que tem relação apenas com divulgação dos trabalhos desenvolvidos pelo governo federal nas contas pessoais do declarante e do seu pai”, diz o depoimento.

O vereador foi questionado sobre a ligação com assessores da presidência da república apontados como integrantes do chamado “gabinete do ódio”, grupo ajudaria a espalhar informações falsas na internet.

Carlos Bolsonaro afirmou que mantém contato com José Matheus Gomes, mas afirmou que colhe informações sobre o governo federal que divulga nas redes sociais.

O político declarou ainda não receber valores relacionados à produção de conteúdo vinculado a investigados no inquérito.

Fonte: G1

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