Morte de mulher que ‘sumiu’ de hospital foi provocada por ação violenta, aponta investigação

TV Globo

A morte da mulher que saiu “escondida dos médicos” do Hospital Salgado Filho, no Rio de Janeiro, foi provocada por uma ação violenta, de acordo com as investigações da Polícia Civil.

Valéria Muniz de Carvalho, de 52 anos, estava internada no Salgado Filho, no Méier, com uma fratura no calcanhar, mas, de acordo com o hospital, saiu sozinha do local sem que os médicos ou enfermeiros percebessem, às 5h da manhã de sábado (19), pelo setor de emergência.

Ao dar entrada na unidade de saúde, Valéria relatou ter sofrido uma queda, o que teria ocasionado a fratura, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

Morte por ação violenta

Valéria foi encontrada morta na rua Rua Miguel Angelo, no Cachambi, bairro vizinho ao Méier, mas os familiares só tiveram conhecimento de sua morte ao procurarem informações sobre ela no Instituto Médico Legal, para onde o corpo foi levado.

O enterro aconteceu na tarde desta quarta-feira (23), no cemitério do Pechincha.

Segundo a investigação policial, Valéria foi “morta por ação violenta”.

“Instauramos inquérito para apurar porque realmente a situação é meio complicada, já estamos avançando na investigação. A gente já conseguiu detectar que a morte foi por ação violenta, mas a gente ainda não conseguiu concluir, estamos a caminho (da conclusão)”, disse o delegado Deoclecio de Assis, titular da 23ª DP (Méier).

A polícia não detalhou quais sinais indicaram que Valéria foi morta por ação violenta.

G1 conversou com o namorado de Valéria, Milton de Souza, que disse que o corpo foi encontrado por um motorista de caminhão da Cet-Rio, que logo em seguida avisou a polícia. Milton disse ainda que não foi relatado a ele nenhum sinal de que ela havia sido assassinada.

“Não consegui ver o laudo, mas não teve realmente marca de tiro nem nada. O que eles me falaram no IML é que ela estava com o queixo inchado, mas eu vi o rosto dela no enterro e estava normal. Tomei coragem pra olhar pra ela e vi que estava normal. O IML também só informou da fratura no pé. Aparentemente, marca de tiro ou de violência, não, realmente não tinha”, disse Milton.

Saída do hospital

G1 questionou o Hospital Salgado Filho se Valéria, com uma fratura no calcanhar, teria condições de sair andando sozinha. O hospital respondeu apenas que a condição de saúde da paciente está registrada em prontuário, sem dar mais detalhes.

“Não se pode avaliar a condição de um paciente por câmeras de segurança. O que as imagens mostram é a paciente deixando o hospital. As imagens das câmeras de segurança estão com a polícia, a quem cabe investigar o caso”, disse o hospital, em nota.

Um funcionário do Salgado Filho, que não quis se identificar, revelou ao G1 que Valéria estava com o pé imobilizado quando deixou o local e que imagens das câmeras de segurança mostraram ela andando sozinha.

Valéria estava internada na enfermaria do hospital desde quinta-feira (17) e ia passar por uma cirurgia quando deixou o pronto-socorro à revelia. A Secretaria Municipal de Saúde informou que Valéria não relatou aos profissionais do hospital que gostaria de sair e que ela deixou o local sem ter recebido alta médica.

Uma fonte ouvida pelo G1 disse que a mulher foi encontrada em circunstâncias que indicam que ela possa ter sido morta por outra pessoa. Segundo informações da 23ª DP (Méier), as investigações estão em andamento para apurar as circunstâncias do fato e diligências estão sendo realizadas. A polícia agora aguarda o resultado do laudo pericial.

O que diz o Hospital Salgado Filho

G1 também questionou o hospital por que a família de Valéria não foi avisada assim que ela deixou o local. A unidade de saúde alega a paciente saiu “lúcida, orientada e com controle de sua consciência”, e que, por isso, não havia obrigatoriedade em comunicar o fato aos familiares (veja a nota abaixo).

“A paciente não sumiu, deixamos isso claro. Destacamos ainda que a Sra. Valéria era uma paciente adulta, lúcida, orientada e deixou a unidade sem autorização ou alta hospitalar, não havendo, portanto, nenhum documento assinado. O termo de responsabilidade por deixar o hospital durante o tratamento só é assinado quando há um acordo, chamado de “alta a pedido”, entre paciente e equipe médica.

Fonte: G1

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