Estados decisivos lideram votação antecipada nos EUA; 64 milhões já votaram

Reuters

Trump e Biden no primeiro e único debate até aqui — Foto: Reuters

A uma semana da eleição presidencial nos Estados Unidos, os “battleground states”, estados considerados decisivos na disputa entre o republicano Donald Trump e o democrata Joe Biden, concentram metade dos votos antecipados no país até o momento. Os número são do “Projeto Eleições”, da Universidade da Flórida, que atualiza diariamente dados sobre o pleito norte-americano.

Liderados por Texas e Flórida, esses estados somam 31,1 milhões dos 64,7 milhões de votos que já foram feitos no país – seja presencialmente ou pelo correio (48% do total) – até a manhã desta terça-feira (27). Do total de votos antecipados, 43,8 milhões (68%) foram pelo correio e 20,9 milhões (32%), presencialmente.

a notícia é melhor para Biden: os democratas votaram mais que os republicanos na Flórida e na Pensilvânia, que devem ser os maiores “campos de batalha” da eleição

Além disso, os estados onde Biden deve vencer já tiveram 24 milhões de votos antecipados, e aqueles onde Trump deve ganhar, 9,2 milhões, segundo o jornal “The New York Times”.

Diferentemente do Brasil, o voto não é obrigatório nos EUA, e os eleitores podem escolher seu candidato antes da data oficial da eleição, que ocorre na próxima terça-feira (3), tanto pelo correio quanto presencialmente.

Mais democratas votando

Democratas têm votado antecipadamente em maior quantidade do que os republicanos também nos estados decisivos, segundo os dados da Universidade da Flórida.

Nos EUA, nem todos os estados registram a filiação partidária do eleitor. Nos 19 estados que coletam a filiação, 49% dos eleitores eram democratas, 28% eram republicanos e 23% não têm partido ou são de siglas menores que disputam a eleição. Esses estados concentram 30,4 milhões dos 64,7 milhões de votos antecipados.

Na Pensilvânia, estado decisivo onde Trump venceu Hillary por pequena margem na última eleição, 1,2 milhão de democratas já votaram, contra 355 mil republicanos.

A diferença é menor na Flórida, mas Biden também leva vantagem: 2,5 milhões contra 2,2 milhões. E a votação antecipada no estado já representa mais de 62% de toda a votação de 2016.

Biden leva vantagem também na Carolina do Norte (quase 1,3 milhão contra 952 mil). Segundo o “New York Times”, em cinco “battleground states” que registram a filiação partidária, são cerca de 2 milhões de eleitores democratas a mais do que republicanos até o momento.

Votação antecipada

Por causa da pandemia do novo coronavírus, muitos estados mudaram as regras de votação, permitindo que milhões votem pelo correio pela primeira vez. Os EUA são o país com mais casos (8,7 milhões) e mortes (225 mil) por Covid-19 do mundo.

Muitos eleitores também estão indo às urnas presencialmente antes do dia da eleição para evitar aglomerações em 3 de novembro. Ainda assim, filas têm sido registradas, como nos locais de votação de Nova York.

O nível recorde de comparecimento antecipado em todo o país também se deve à polarização em torno da presidência de Trump.

Os votos antecipados já representam 47% de todos os votos da eleição de 2016. Especialistas preveem que o recorde de 150 milhões de votos pode ser batido, e a taxa de participação na eleição deve ser a maior desde 1908.

Estados decisivos

Os “battleground states” são decisivos por causa do sistema eleitoral americano, que define o vencedor pelo Colégio Eleitoral, não pela maioria de votos.

Nesse sistema, cada estado tem um número de delegados e a votação estadual funciona no sistema apelidado de “o vencedor leva tudo”: o candidato que ganha, independentemente da vantagem, leva os votos de todos os delegados do estado.

O Colégio Eleitoral tem 538 delegados divididos pelos 50 estados e o distrito de Columbia (onde fica a capital, Washington). O pequeno Vermont, por exemplo, tem apenas três delegados, enquanto a Califórnia, o estado mais populoso, tem 55.

Campanha focada

Assim, o candidato precisa de uma estratégia para vencer de estado em estado até chegar ao mínimo de 270 dos 538 votos do Colégio Eleitoral e eleger-se presidente. Foi o que aconteceu em 2016: Trump teve menos votos totais dos eleitores que Hillary, mas conquistou 276 delegados e venceu a eleição.

O republicano adotou uma estratégia de vencer em estados-chave e ganhou na “parede azul” — estados do cinturão industrial americano que historicamente votavam em candidatos democratas.

Agora, nesta última semana de campanha, Trump vai focar nos estados em que ganhou na eleição de 2016 e agora está atrás de Biden nas pesquisas. Já o democrata vai concentrar a sua agenda nos “estados vermelhos”, onde o republicano deve vencer.

Fonte: G1

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